Vandalismo afeta telefonia na zona sul

A ação de vândalos está impedindo que milhares de pessoas possam se comunicar por telefone ou por internet via linha discada com amigos, parentes e órgãos públicos essenciais, como a polícia e hospitais, por exemplo. Nos últimos dois meses, foram vários os delitos cometidos contra os equipamentos responsáveis pela transmissão de dados, principalmente da empresa de telefonia Brasil Telecom, na zona sul de Curitiba. Os bairros mais atingidos pela onda de vandalismo são Alto Boqueirão, Sítio Cercado, Parolim e Arroio Cercado.

Segundo uma empresa que presta serviços à Brasil Telecom, as principais ações de marginais estão relacionadas ao roubo de cabos telefônicos e depredação de armários que contêm componentes de telefonia. O que mais preocupa a empresa é que o número de ocorrências dessa modalidade de crime está crescendo mês a mês e a população é quem mais sofre com as interrupções no sistema de comunicação.

No Sítio Cercado e Arroio Cercado estão proliferando os incêndios criminosos a armários resultando em grande prejuízo a toda rede telefônica da região. Somente na primeira quinzena de setembro foram registrados dois armários queimados no Arroio Cercado e mais dois no Sítio Cercado. Cada armário agrega entre quatrocentas e quinhentas linhas telefônicas ligadas a residências, estabelecimentos comerciais e órgãos públicos.

O 10.º Distrito Policial (DP) está começando a investigar a ação de vândalos na região. Segundo a delegada Sônia Baggio algumas ocorrências já foram registradas no distrito mas não existem informações sobre autorias. “Os atos de vandalismo são constantes em toda a zona sul da cidade, principalmente contra armários telefônicos e orelhões”, explica. A policial informou que é muito difícil investigar esse tipo de caso e, por isso, é necessária a colaboração da população através de denúncias. O telefone do 10.º DP é (41) 378-8382.

Investigações

As suspeitas sobre esses atos criminosos recaem sobre gangues de jovens e adolescentes da região que se reúnem durante a madrugada. No encontro, eles se embriagam com o famoso “tubão” (bebida alcoólica misturada com refrigerante e ingerida em garrafas plásticas) e, depois de estarem “turbinados”, partem em busca de diversão, ou melhor, destruição. Muitas vezes a própria bebida alcoólica é usada como material inflamável para colocar fogo nos armários.

Outra hipótese que vem sendo cogitada e pode ser investigada pela polícia é o envolvimento de ex-funcionários de empresas de telefonia que cometem o vandalismo como forma de vingança, após perderem o emprego.

Prejuízos

Além da intervenção no sistema de telefonia, os atos de vandalismo também prejudicam o trabalho preventivo que é feito nas demais redes telefônicas espalhadas pela cidade. A cada atentado contra armários telefônicos, uma equipe composta por cerca de 10 funcionários é mandada para efetuar os reparos. Se não ocorressem esses delitos, os funcionários ficariam rodando a cidade e realizando a manutenção da rede, primando por uma melhor qualidade nos serviços telefônicos.

De acordo com informações da empresa terceirizada, a população não tem conhecimento sobre a ação dos vândalos contra equipamentos telefônicos porque os atos acontecem durante a madrugada e a equipe de reparos imediatamente se desloca para o conserto.

Não foi repassado o prejuízo em reais que a empresa Brasil-Telecom contrai devido ao vandalismo, mas estima-se que gire em torno de R$ 100 mil, incluindo o roubo de cabos telefônicos. Os casos de roubos são encaminhados à Delegacia de Furtos e Roubos (DFR). O interesse dos assaltantes de cabo está na retirada do cobre, material que compõe a fiação. O quilo de cobre é revendido por quantias que variam entre R$ 5 e R$ 10,00.

A questão da depredação de material telefônico está sendo acompanhada também pela Corregedoria da Polícia Civil, por meio do delegado Adonai Armstrong.

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