A homologação da tumultuada eleição para o Conselho Regional de Enfermagem do Paraná (Coren-PR), ocorrida em junho, deve acontecer somente no início da próxima semana.
Em visita a Curitiba, o presidente do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Manoel Néri da Silva, esclareceu os rumos que devem ser seguidos para que a nova diretoria assuma o cargo.
A partir do dia da homologação, quem não conseguiu votar tem 120 dias para justificar a ausência. Quem já justificou, não precisa repetir o trâmite. O presidente do Cofen reconheceu a legitimidade da votação e afastou a possibilidade de anulação do processo eleitoral.
“Mais de 80% da categoria votou e a chapa recebeu mais de 50% do total de votos. O que ocorreu foi um erro de avaliação do Coren-PR para ter colocado poucas urnas considerando o número total de votantes”, avaliou.
A chapa única, tendo Montgomery Pastorelo Benites como cabeça-de-chapa, recebeu 74% dos votos válidos na eleição presencial realizada em Curitiba. No interior do Estado, onde a eleição foi feita por correspondência, a chapa teve 53% dos votos. A posse deve acontecer no próximo dia 31 de outubro.
“Hoje o Coren-PR não tem informatização. Vamos estudar a possibilidade de realizar as próximas eleições, daqui a dois anos, pela internet, caso haja chapa única. Se houver mais de uma chapa, faremos uma solicitação ao TRE para disponibilizar urnas por todo o Estado”, planeja Benites.
Sem respostas sobre o pleito desde a sua conclusão, no fim de julho a seção Paraná da Associação Brasileira de Enfermagem (Aben-PR) denunciou o problema ao Ministério Público Federal, pedindo transparência daqui pra frente em todo o processo.
“Não poderíamos ficar de braços cruzados, pois foi um processo muito desgastante para a categoria”, afirmou a presidente da Aben-PR, Carmen Moura dos Santos.
Confusão
No dia da eleição, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem enfrentaram tumulto e dificuldades para votar no único local disponibilizado para votação em Curitiba, na Rua Augustinho Leão Júnior, no Alto da Glória. As filas para a votação chegaram a dar duas voltas na quadra.
Os profissionais queixaram-se da desorganização e de precisarem faltar ao trabalho para votar, sob a pena de terem que pagar uma multa, relativa a uma anuidade paga ao Coren, que varia de R$ 97 a R$ 175. A votação foi presencial apenas em Curitiba, local em que havia 9.219 eleitores. No interior do Estado, os votos foram enviados pelo correio.
Ao total, a categoria tem mais de 30 mil representantes no Paraná. Na época da eleição, o Coren-PR justificou que os transtornos foram causados pela antecipação da data de eleição, estipulada pelo Cofen.