Valas a céu aberto têm perturbado o sossego de moradores do bairro Campo do Santana, em Curitiba. São vários os problemas, com a mesma causa. O lixo e o mato alto causam mau cheiro e facilitam a proliferação de moscas, ratos e baratas na vala que existe na Rua Humberto Bertoldi. Reclamações parecidas também vêm de ruas próximas, Emanuel Bertoldi e Belmira Bertoldi, que também têm valas a céu aberto.
Dizem que até cobra já foi vista no local, por conta do mato. ?Equipes da Prefeitura já coletaram inclusive larvas da dengue, mas nunca voltaram para fazer nada?, reclama a moradora Altamira Pereira dos Santos. Mesmo com o risco de contaminação, não é raro encontrar pessoas pescando na vala. Os moradores acreditam que os peixes vêm de um pesque-pague próximo.
Em dia de chuva, o problema persiste. ?Como não tem saída para a água, quando chove, transborda e não se sabe mais onde é a rua e onde é a vala, podendo causar acidentes?, reclama a moradora Shirley Teresinha Wrobel.
O comércio também é prejudicado pelos insetos e pelo mau cheiro, segundo contam a comerciante Ivânia Rossi e a cabeleireira Consuelo Maria Crozetta.
No ano passado, uma criança de sete anos caiu na vala. Foi resgatada por outro morador. Sem se importar com o perigo, as crianças continuam brincando e pulando nas barras que separam a vala da rua.
Para acabar com todos esses problemas, os moradores reivindicam uma limpeza na vala feita pela Prefeitura de Curitiba. ?Do jeito que está, só pessoal preparado para limpar. Depois, a gente planeja fazer um trabalho de conscientização com as pessoas do bairro, para que não joguem mais lixo no local?, diz Altamira.
A reclamação é antiga. São pelo menos quatro anos de convivência com os problemas causados pela vala. Há seis meses, uma equipe de fiscais da prefeitura foi ao local para verificar a situação. Depois, nunca mais voltou, segundo contam os moradores. ?Já liguei várias vezes para o 156 e nunca há retorno?, lamenta a moradora Jaqueline Martins.
No ano passado, após uma reivindicação, a Prefeitura teria limpado a parte da vala que fica em frente à Escola Municipal Helena Kolody. E só.
Depois das insistentes tentativas no número disponibilizado pela prefeitura, a alternativa encontrada pelos moradores foi um abaixo-assinado que deve ser entregue à Prefeitura nos próximos dias.
A reportagem de O Estado tentou encontrar os responsáveis da prefeitura durante o feriado, mas apenas conseguiu falar com um funcionário da Secretaria de Obras que estava em plantão. Ele informou que está agendado um serviço de roçada na região para os próximos 15 dias. Porém, como não tinha acesso aos registros de reclamações, não soube informar mais detalhes.
