?Não consigo entender porque não se candidataram?, diz. Com o afastamento de Antônio Antunes, 55, coveiro que trabalhou por 22 anos no cemitério municipal, a população continua dependendo dos serviços de outro servidor público para cumprir a ?missão?. Coveiro por mais de duas décadas, Antunes também não imagina os motivos que levaram a população a ?ignorar? a função. ?Ser coveiro não é ruim. É digno e honesto?, ressalta. Durante todos os anos em que desempenhou o trabalho, enterrou cerca de mil pessoas, incluindo quatro filhos. ?Hoje não consigo mais me livrar do apelido de coveiro?. Mesmo longe dos muros do cemitério, ele sabe que, no final de toda a história, acabará voltando ao local, só que de forma definitiva.
Há quase três anos, quando Antunes se afastou do cemitério por problemas de saúde, os serviços fúnebres passaram a ser realizados por Adelto Mariano Araújo, 60, um servidor que realizava trabalhos braçais até pouco tempo no município. Sem experiência, ele passou a ser coveiro até que um novo ?profissional? fosse habilitado a exercer a função. Passados dois anos e oito meses, Araújo continua à frente do cemitério de Corumbataí do Sul. ?Às vezes, até minha mulher me ajuda no trabalho?, diz. Embora ninguém tenha se candidatado ao cargo, ele diz que já se acostumou a enterrar as pessoas e que, se desejarem, ele permanecerá no ?campo santo?.
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