A prefeitura de Curitiba esperava vacinar, ontem, cerca de 116 mil crianças com até cinco anos de idade no dia da campanha contra a poliomielite (paralisia infantil).
A quantidade representa 95% das crianças que estão nessa faixa etária na capital, mas a prefeitura já estava estudando prorrogar a vacinação caso a meta não fosse atingida.
Tatiana Danin e Fábio Thibes levaram suas filhas gêmeas para tomar a gotinha, ontem, na tenda montada na Boca Maldita. As duas meninas, Bárbara e Luara, têm um ano e quatro meses, respectivamente.
“Temos todo o cuidado com essa doença, apesar dela não existir mais no Paraná”, comentou a mãe. O Estado não registra casos de poliomielite desde 1986, e Curitiba desde 1985.
No Brasil, ela foi eliminada em 1989. No entanto, o diretor do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde, Moacir Gerolomo, explicou que as campanhas têm que continuar, duas vezes ao ano, até que a doença seja erradicada do mundo. Afeganistão, Índia – onde foram registrados 36 casos da doença entre janeiro e abril desse ano – Nigéria e Paquistão ainda registram casos.
A poliomielite é transmitida pelo vírus polio. Ela pode ser contraída pelas vias orais, ou pelos alimentos ou água contaminados. Os sintomas principais são febre, diarréia, e a criança fica toda “molinha”.
“A doença pode deixar sequelas físicas, e até levar à morte”, alertou Gerolomo. Em geral, as crianças que têm a chamada paralisia flácida aguda podem desenvolver a poliomielite, mas nem todas.
Portanto, quando aparece um caso dessa paralisia a prefeitura faz um isolamento da área e vacina todas as pessoas do entorno. Porém, como explicou Gerolomo, desde 1985 todos os casos de paralisia flácida aguda deram negativo para pólio.
O Ministério da Saúde espera vacinar, em todo o Brasil, cerca de 14,7 milhões de crianças menores de cinco anos. Em Curitiba, são 360 postos de vacinação mas se, por ventura, a campanha for prorrogada, a gotinha poderá ser tomada somente nas unidades de saúde.
A vacina contra a polio é ministrada nas crianças quando elas têm dois meses de idade, depois mais uma dose com quatro meses, e uma terceira, aos seis meses de idade. Um reforço é dado aos 15 meses, que é complementado com as vacinas das campanhas.