Em cinco anos, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) deve abolir as turmas de ensino médio, em Curitiba. O próximo ano deve ser o último com processo seletivo pros cursos técnicos de Mecânica e Eletrônica.
Já pro ano que vem, o número de vagas cai pela metade, de 40 pra 20 em cada um dos dois cursos. O último processo de seleção deve ocorrer no segundo semestre de 2016, com formatura prevista pro primeiro semestre de 2020.
O fim do ensino médio coroa o processo que transformou o antigo Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná (Cefet-PR) em universidade tecnológica, em 2005. De lá pra cá, a instituição voltou-se pra criação de graduações e pós-graduações.
A mudança levou ao fim da contratação de professores do ensino médio. A contratação de docentes passou a ser na carreira de “magistério superior”.
O ensino técnico entraria em colapso em dez anos, com a aposentadoria dos professores remanescentes no cargo de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT), segundo o pró-reitor adjunto de graduação e educação profissional, Carlos Henrique Mariano. “A gente sabe da importância do curso técnico, que é nossa essência. Mas a conjuntura nos leva a tomar decisões que nem sempre são as mais agradáveis”.
Repercussão
A decisão divide a comunidade universitária. E desagrada, em especial, os alunos. Presidente do Grêmio Estudantil César Lattes (Gecel), Guilherme Pavesi acusa a instituição de abandonar um ensino médio centenário, “um dos melhores do estado e do país”. Os alunos reclamam ainda de ter sido excluídos do processo de decisão.
Pro presidente do Gecel, a impossibilidade de contratar novos professores na verdade seria uma “desculpa” que esconde a falta de “vontade política” de manter o ensino médio.
