Alunos dos cursos técnicos de nível médio da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), que passaram no vestibular da própria instituição, não puderam concluir suas matrículas para ingressar no ensino superior. Devido à greve dos professores da universidade, os estudantes, que foram aprovados no processo seletivo e estão na cota de alunos de escolas públicas, não conseguiram concluir os dois últimos meses de aula do curso e, por consequência, não puderam apresentar os documentos necessários para efetivar a matrícula.
A situação deixou os estudantes revoltados e alguns deles já afirmaram que devem entrar na Justiça para tentar reaver as vagas. Yuri Garcia Vaz, aluno do curso técnico em eletrônica e que passou no vestibular para Engenharia Elétrica, afirma que mesmo se não houvesse a greve, os alunos cotistas também não conseguiriam efetuar a matrícula.
“O calendário feito pela UTFPR é falho. Os alunos cotistas que terminaram o curso técnico no meio deste ano não poderiam fazer a matrícula para a universidade por que não haveria tempo hábil para obter certificado de conclusão do curso e histórico escolar. Já os alunos que não são cotistas têm mais tempo para obter esses documentos. Está tudo errado”, desabafa. Ontem pela manhã um grupo de alunos cotistas tentou efetuar a matrícula, mas sem sucesso. Eles acabaram saindo com um termo assinado abrindo mão da vaga devido à falta dos documentos necessários.
A assessoria de imprensa da UTFPR alegou que os alunos cotistas não conseguiram efetuar a matrícula por causa do calendário do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que não acompanha o das universidades, e não por causa das greves dos professores. Questionada sobre uma possível falha na elaboração do calendário, a assessoria da UTFPR argumentou que as datas são estipuladas pelo Ministério da Educação (MEC).
