A situação é comum em todo o Paraná, mas a depredação seguida por furtos de hidrômetros tem se repetido com mais frequência em 2012. Pelos registros da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), só no primeiro trimestre deste ano, 747 hidrômetros foram furtados, ou seja, quase metade (46%) do total de hidrômetros levados em 2011, que totalizou 1.627 equipamentos retirados em ações sob esse viés. Entre desperdício de água, mão de obra e material, os prejuízos computados ao longo dos três primeiros meses do ano já ultrapassam R$ 100 mil.

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A principal motivação desse crime são os componentes de cobre do hidrômetro que servem de chamariz para usuários de drogas interessados em conseguir alguns trocados para sustentar o vício. “É um crime difícil de controlar, pois os viciados acabam vendo em qualquer araminho de cobre um valor para obter droga. Por isso que nosso trabalho está concentrado nos ferros-velhos e galpões de reciclagem que servem de receptadores desse material furtado”, explica o delegado titular da Delegacia de Furtos e Roubos, Rodrigo Brown de Oliveira.

Os trocados obtidos por quem revende esse material representam um prejuízo astronômico para os consumidores e a empresa. Segundo o gerente comercial da Sanepar, Luiz Carlos Brás de Jesus, quando esse delito ocorre, não só o consumidor que teve o hidrômetro furtado fica sem água, mas a vizinhança também sofre. “O sistema se comunica. Dependendo da pressão da rede em um determinado ponto, a retirada do hidrômetro despressuriza o abastecimento de outros consumidores que, por vezes, também podem ficar sem abastecimento”, aponta. Soma-se ao transtorno, a água desperdiçada com a depredação. Segundo o gerente comercial, em média, perde-se de 10 mil a 30 mil litros de água por hora, com a retirada do hidrômetro. Em valores, isso representa um custo de R$ 50. Na conta também entram a hora trabalhada do profissional que executará o reparo e a reposição do material. No final das contas, cada hidrômetro roubado gera um gasto médio de R$ 150.

Antivândalos

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Por conta do vandalismo sofrido, a Sanepar pretende lançar mão de um novo padrão de ligação de água para dificultar a ação dos bandidos. O projeto piloto terá início em julho com cinco mil hidrômetros, em residências de cinco cidades do Paraná, instalados nos muros. “É um modelo que se aproxima do valor da caixa no passeio, entre R$ 200 e R$ 250, e que dificulta o furto”, detalhou. Os novo hidrômetros ficarão 90 dias em teste e se aprovados passarão a ser utilizados em 2013 em todas as novas ligações da Sanepar.

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O gerente comercial da Sanepar alerta para a necessidade do consumidor fazer um boletim de ocorrência em casos de furto de hidrômetro. “Se não for comprovado o furto, a empresa pode suspeitar de fraude e cobrar do cliente o custo do reparo. Além disso, há uma multa que varia entre R$ 500 e R$ 1,5 mil para quem tenta violar o hidrômetro”, informa.