Usuários cobram obras em rodovias mal conservadas

Reclamações sobre rodovias em estado ruim de conservação são comuns no Norte Pioneiro do Paraná. A impressão é que, apesar de haver obras para manutenção, os consertos não mantêm as pistas em bom estado por muito tempo.

Mesmo em trechos curtos, o problema é aparente. Um exemplo são os 28 quilômetros da rodovia PR-424, entre Siqueira Campos e Salto do Itararé, que estão em situação precária, segundo motoristas.

Para o auxiliar administrativo Thiago Caproni Monteiro, que faz o trajeto diariamente de moto, o estado da rodovia é “péssimo”. “Está horrível, muito esburacada. E ela já é perigosa por si só, pois tem muitas curvas e não tem acostamento”, diz.

O trecho também sofre, segundo ele, com o trânsito intenso de caminhões pesados, que vêm de um porto de areia em Salto do Itararé. Monteiro também reclama que, desde que a estrada foi asfaltada, nunca teve o serviço refeito, passando apenas por manutenção.

A bancária Elaíde Manzatto também passa todos os dias pela rodovia, pois mora em Salto do Itararé e trabalha em Tomazina, a cerca de 20 quilômetros depois de Siqueira Campos.

Ela reclama da sinalização, que considera ruim, e das ondulações no asfalto, possivelmente causadas pelo peso dos caminhões, e diz que, apesar de ver funcionários fazendo consertos na pista, não vê motivos para comemorar: “Qualquer chuva já estraga”.

De acordo com o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) do Paraná, o serviço de manutenção na PR-424 é rotineiro e, atualmente, a estrada é “trafegável”.

O órgão diz que a rodovia está dentro do programa Conserva Total, do governo do Estado, para manutenção de estradas, e admite a necessidade de intervenções mais pesadas, que dependem de licitação que já está em andamento.

PR-092

Outro trecho, na mesma região, considerado crítico pelos usuários fica na PR-092, nos 34 quilômetros entre Wenceslau Braz e Arapoti. Para o médico Hermes Miguel da Silva, que mora em Tomazina, a rodovia é péssima neste local. “Todo mundo evita passar por ali”, informa.

Segundo ele, as obras que vêm sendo feitas nos últimos 10 anos apenas tapam os buracos, e ainda por cima deixam o asfalto irregular. O médico conta que até se viu obrigado a fechar uma clínica que tinha em Arapoti, pois não aguentava ter que passar pela estrada com tanta freqüência.

Segundo o DER, as obras que estão sendo realizadas entre Jaguariaíva e Arapoti, iniciadas em abril deste ano, devem terminar em oito meses. O trecho tem cerca de 20 quilômetros.

Em relação ao trecho de 34 quilômetros entre Arapoti e Wenceslau Braz, o DER informa que, ainda neste ano, a obra deve ser licitada, para que seja concluída durante 2009. A previsão é que a recuperação custe R$ 30 milhões.

Desvio de 13 quilômetros

Motoristas que circulam entre as cidades de Barbosa Ferraz e Iretama, no noroeste do Estado, precisam fazer um desvio que aumenta o trajeto em cerca de 13 quilômetros.

Isso porque o caminho mais curto, pela Rodovia Professor Durval Ribeiro Dias (PR-462), possui um trecho de 20 quilômetros de estrada de chão, entre a localidade de Rio do Óleo – no município de Barbosa Ferraz – e o acesso ao Hotel Termas de Jurema, já em Iretama.

“O [asfalto] encurtaria em muito a ligação com Iretama e para Pitanga e Guarapuava. Não se sabe por que a obra não foi concluída”, diz o advogado Alfredo Leôncio Dias Neto, morador de Barbosa Ferraz e cujo pai, já falecido, emprestou o nome à estrada.

O trecho vem sendo deixado de lado há mais de 20 anos, desde que parte da rodovia recebeu asfalto, em 1987. Segundo o DER, o l,ote 1, entre Barbosa Ferraz e Rio do Óleo, foi asfaltado na época, e a pavimentação do lote 2, referente ao trecho restante, acabou nunca sendo licitada.

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