Responsável pelo gerenciamento, operação e fiscalização do transporte coletivo de Curitiba, a Urbs faz, por ano, mais de 6 mil vistorias veiculares. São, no mínimo, duas vistorias anuais em cada um dos 2.275 da frota total da Rede Integrada de Transporte e nos 462 ônibus do transporte metropolitano não integrado. Ônibus mais antigos passam por vistoria a cada três meses. Na média, por mês, são 500 vistorias veiculares.

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O trabalho é feito em seis garagens por dia, por dez técnicos em inspeção veicular que são funcionários da Urbs. Eles inspecionam – e registram – desde as condições dos bancos, limpeza e validade do atestado de dedetização, até o funcionamento do motor, sistemas elétrico e hidráulico, freios, embreagens e pneus.

Se tudo estiver em ordem, a empresa recebe um laudo para que no prazo de cinco dias retire na Urbs o selo de inspeção que tem ficar à mostra, na parte superior do posto do motorista. Se os técnicos da Urbs identificarem algum problema, a empresa tem até as 15 horas do mesmo dia para fazer o conserto. Caso contrário, o veículo será reprovado e ela não receberá o selo de inspeção, sem o qual o ônibus não pode circular.

A idade média da frota – que na Rede Integrada é de 3,9 anos – e a ação preventiva feita pela Urbs são fatores essenciais para a segurança dos 2,3 milhões de passageiros transportados por dia nos ônibus da Rede Integrada. Raramente, atestam as equipes, os ônibus vistoriados apresentam problemas que não possam ser solucionados no dia.

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O estado dos ônibus verificado pelos inspetores, aliás, é um dos indicadores de qualidade que as empresas operadoras devem ter para receber o valor integral pelo serviço prestado. Se as metas dos indicadores não forem atingidas, as empresas podem receber até 3% menos do valor total.

Líder da equipe técnica de inspeção veicular, Adjair Rodrigues está há 26 anos no ramo, desde que a Urbs passou a ser, em 1986, gestora do transporte coletivo em Curitiba. Até então a empresa atuava na área de infraestrutura e desenvolvimento urbano.

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“É o que gosto de fazer”, diz ele. “Você olha para um ônibus desses e pensa que ele está carregando pessoas, crianças, idosos, famílias que dependem dessas pessoas, que ele trafega pela cidade todos os dias, e então você olha tudo com muito cuidado, com muita atenção, podendo voltar para casa no fim do dia, sabendo que fez o melhor possível para a segurança dessas pessoas”, afirma.

Adjair conta que quando entra em um ônibus, mesmo fora do expediente, passa todo o tempo da viagem observando, ouvindo o barulho do motor, o ruído das portas. “Às vezes é uma coisa mínima, que ninguém nota, um prefixo um pouco fora do padrão, um balaústre, qualquer coisa, eu já registro e comunico ao setor”, diz ele. O setor, no caso, é a Área de Tecnologia de Transporte da Urbs.

Gestor da área, Elcio Karas conta que Curitiba é a única grande cidade brasileira a fazer inspeção veicular em toda a frota de ônibus. Nas outras cidades, conta, a vistoria da frota é feita por amostragem. A Urbs, explica Elcio Karas, é bastante rigorosa nos procedimentos. “É uma questão de segurança. A vistoria é essencial”, diz ele.

Coordenador da unidade responsável pelas inspeções, Celso Ferrreira Lucio explica que se um fiscal do transporte localiza um ônibus circulando com o selo de vistoria vencido o veículo é imediatamente retirado da frota e a empresa é autuada de acordo com o regulamento.  O selo só é revalidado e emitido mediante o laudo de vistoria feito pela equipe de inspeção. O documento é entregue à empresa preenchido, assinado e plastificado na Urbs e deve ficar à mostra, em local de fácil acesso para ser apresentado sempre que solicitado.