Urbs cancela 2,3 mil cartões-transporte

Dos cinco mil cartões-transporte de isentos revisados pela Urbs, empresa que gerencia o transporte público de Curitiba, quase a metade já foi cancelada: 2,3 mil. Eles são de pessoas com doenças crônicas que necessitavam de consultas médicas periódicas ao menos três vezes por semana. No entanto, elas desistiram ou terminaram o tratamento e mesmo assim continuaram usando o benefício irregularmente. Esse número pode aumentar ainda mais, já que falta a revisão de mais três mil cartões concedidos a pacientes.  

Além dos idosos que respondem por 134 mil cartões de isentos, outras 36.750 pessoas estão livres de pagar a tarifa em Curitiba. Elas possuem necessidades especiais, são aposentados por invalidez ou possuem uma doença crônica e precisam de tratamento pelo menos três vezes por semana. A Urbs resolveu rever esses 36,7 mil cadastros depois que recebeu a denúncia de que uma funcionária de uma clínica vendia encaminhamentos para que as pessoas pedissem o benefício. Calcula-se que ela tenha cometido a irregularidade mais de cem vezes. Foi aberto inquérito policial e o convênio da Urbs com a clínica foi interrompido.

Nessa primeira fase de recadastramento, que deve terminar no próximo mês, a Prefeitura pediu que as instituições ligadas à Fundação de Ação Social (FAS), secretarias Municipal da Saúde e da Educação enviem uma lista atualizada de pessoas atendidas por elas e que precisam da isenção. O grupo que mais vem apresentando problemas é o de pessoas com doenças crônicas. Eles respondem por 8 mil das isenções. Das cinco mil verificadas, 2,3 mil estavam irregulares e os cartões foram cancelados. Segundo o gerente de fiscalização da Urbs, Edson Berleze, o número é alto porque as instituições conveniadas deixaram de comunicar à Urbs a suspensão do tratamento. ?Quando recebem o cartão de isento, os pacientes são informados de que o benefício serve apenas para o tratamento médico. Mesmo assim os cartões continuavam sendo usados?, explica Berleze.

Ele acha que na segunda e terceira fases – quando o recadastramento será feito com pessoas aposentadas por invalidez, com necessidades especiais atendidas por outras instituições ou da Região Metropolitana – o número de irregularidades vai diminuir. A Secretaria da Saúde também está fazendo uma auditoria junto às entidades conveniadas para verificar se os prontuários dos pacientes estão corretos e o benefício é necessário. O órgão está terminando a auditoria na clínica onde surgiu a denúncia e depois será estendido para as demais.

As insenções pesam diretamente no preço da tarifa: representam 15% dos custos. A Prefeitura lembra que os aposentados serão avisados sobre a data da atualização do cadastro. Pessoas com mais de 65 anos não vão precisar fazer o recadastramento. 

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