Depois de uma semana e 942 fotografias, o jornalista Eduardo Fenianos, o Urbenauta, encerrou ontem sua Viagem ao centro de Curitiba. Iniciada no dia 1.º, com o apoio da Associação Comercial do Paraná (ACP) e do projeto Centro Vivo, a expedição tinha o objetivo de pesquisar a cultura, a história e as pontecialidades do centro da capital, para que ele nunca deixe de ser freqüentado.
Levando consigo apenas uma mochila com roupas, bússola, equipamento fotográfico e cadernetas de anotação, sem nenhum dinheiro, o Urbenauta passou as noites e se alimentou graças à boa vontade dos moradores e dos estabelecimentos comerciais da região. ?Fiz, em média, uma refeição por dia. Teve um dia que passei apenas com uma broa, em outro, comi em um dos melhores restaurantes da cidade. Não troquei dinheiro, troquei apenas informações, cultura e muito calor humano?, conta.
Sobre o centro da cidade, Eduardo comentou que pôde experimentar tudo de positivo e negativo que o local tem a oferecer. ?Enquanto a Rua XV de Novembro continua linda, mais até que antigamente, a Praça Tiradentes, que é o ponto mais antigo e mais importante da história da cidade, é também o mais feio, com maior baixo astral, o mais sujo e mais mal freqüentado. Antes, achava que o fato de o centro estar abandonado era culpa do curitibano, agora, acredito que é culpa de Curitiba?, diz.
Para o Urbenauta, que garante ter andado pelo centro da cidade até 3h da manhã sem ter sido incomodado por ninguém, ?o centro está vivo, o que morreu foi o hábito do curitibano de ir ao centro passear, fazer compras ou se divertir. Temos que voltar a fazer o que nossos avós faziam, deixar o sofá e a televisão e usar as praças para conversar, conhecer pessoas?, afirma. ?Inicei essa viagem com medo, mas termino superfeliz?, acrescentou.
Sobre o futuro, o jornalista avisa que essa semana foi apenas o início da viagem. Agora, além de um livro com as melhores histórias e fotos, ele pretende elaborar um relatório com tudo o que encontrou para mostrar às autoridades municipais o que é o centro de Curitiba. ?Não é difícil conseguirmos revitalizar nosso centro. Se resolvermos o problema do tráfico de drogas, o centro volta a ser o que era há décadas atrás?, declarou o Urbenauta.
