Universidade deve ser criada no sudoeste

Devido à carência de uma instituição federal de ensino superior na região sudoeste do Paraná, diversas entidades governamentais e não-governamentais estão empenhadas para a construção da Universidade Federal da Mesorregião Grande Fronteira do Mercosul. A instituição abrangeria o norte do Rio Grande do Sul, o oeste catarinense e ainda o sudoeste do Paraná. Segundo as entidades, a região é caracterizada pela agricultura familiar e a agropecuária e não existe qualquer instituição de ensino superior que contemple essa realidade. A previsão é que a proposta das entidades seja analisada pelo Ministério da Educação (MEC) e enviada ao Congresso Nacional até o dia 30 de setembro.

Marcos Rochinski, da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar na região Sul (Fetraf-Sul), explicou que já há um comitê constituído para discutir o assunto. Entre os pontos que ainda não foram definidos estão o local onde se instalará a universidade, embora haja uma grande probabilidade que a sede fique em Francisco Beltrão e os campi distribuídos em diversos outros municípios. Segundo ele, quando se fala em uma instituição que contemple o público local (ligado à agricultura familiar) não significa que ela terá apenas cursos ligados à agronomia ou medicina veterinária. ?A idéia é que todo o projeto político-pedagógico contemple a nossa realidade. Não temos nenhuma faculdade aqui que discuta essa questão do desenvolvimento sustentável?, comentou Rochinski.

Jaci Póli, da Associação de Estudos, Orientação e Assistência Rural (Assesoar), de Francisco Beltrão, explica que todas as sedes de universidades federais estão a cerca de 400 quilômetros do território em questão, o que dificulta ainda mais o desenvolvimento da região. ?É uma das regiões do sul do País mais deprimidas no desenvolvimento social. A idéia é que essa universidade tivesse um caráter mais popular, voltado para camponeses e agricultores familiares?, disse.

Apesar do projeto estar apenas iniciando, os representantes das entidades ?pró-universidade? estão otimistas (entre as entidades estão a Fetraf, a Via Campesina, o Fórum da Mesorregião e Grande Fronteira do Mercosul, a Associação dos Municípios, agricultores, movimentos sindicais e ongs). ?Nossa expectativa é boa. O único problema é que no setor público não temos como firmar prazos?, disse Póli. Para Rochinski, a universidade deve sair do papel até o final do mandato do presidente Lula. 

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