As unidades prisionais do Paraná estão praticamente sem nenhuma condição de aumentar a população de presos. A conclusão é da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná (OAB-PR), após vistoria em 29 unidades do Estado entre agosto e setembro. O levantamento aponta que os presos são mantidos, em sua maioria, em estruturas físicas inadequadas, que não podem abrigá-los por longo espaço de tempo.
De acordo com a vice-presidente da CDH, Isabel Mendes, o aumento da quantidade de vagas é um dos fatores para um sistema penal eficiente. “É preciso investimento em ações de ressocialização com foco em trabalho, educação e saúde”. A prévia do relatório também denuncia a falta de pessoal técnico, como agentes penitenciários, médicos e professores.
Em meio à situação caótica, Isabel aponta as unidades de Guarapuava, Ponta Grossa, Maringá e Cascavel como exemplos a serem seguidos, embora ainda necessitem de investimentos para uma ação mais efetiva na recuperação de presos. Na Penitenciária Estadual de Maringá há 360 detentos, cinco a menos da capacidade máxima. No local, há aulas de música, salas para estudar e boa parte dos presos trabalha. A Penitenciária Estadual de Cruzeiro do Sul está subutilizada com apenas 201 presos, embora a capacidade seja para 720.