Pacientes da Unidade de Saúde Ouvidor Pardinho, no Centro de Curitiba, estão enfrentando contratempos diários, há mais de um mês, por conta do elevador da unidade estar fora de operação. Embora sejam apenas dois lances de escadas, pacientes com dificuldades de locomoção, idosos e mães com criança de colo enfrentam dificuldades para chegar ao segundo andar. “Venho aqui todos os dias e vejo pessoas com cadeira de rodas, idosos que têm dificuldades para ir ao segundo andar. Isso é inadmissível”, cobra o consultor de vendas José Carlos Vasconcelos, 57 anos.
O vendedor tem frequentado diariamente a unidade para acompanhar a esposa, que está em tratamento. Vindo de São Paulo, ele ficou espantado com a demora no conserto do elevador. “Uma unidade de saúde que conta com um elevador para facilitar a acessibilidade das pessoas não pode ter o equipamento parado por mais de um mês. A burocracia das prefeituras dificulta demais tudo isso. Tinha de ter uma forma mais rápida para se resolver este tipo de problema”, reclama José Carlos.
Outros frequentadores da unidade de saúde concordam com as reclamações. Oscar Marinero acompanhava a mãe Teodora, de 89 anos, que precisa da ajuda de uma bengala para caminhar. Ele pede mais atenção da prefeitura com o espaço físico do local, embora não tenha reclamações quanto ao atendimento. “Ela foi atendida no primeiro piso, mas sem o elevador aqui não dá. As pessoas precisam dele”, reforça Oscar.
Ciciro Back |
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Teodora e Oscar: acesso difícil. |
O aposentado Cid Carlos, 74 anos, prefere encarar a situação com bom humor. Frequentador quase diário da unidade de saúde, ele brinca que sem o elevador se obriga a fazer uma atividade física. “Aí você utiliza a escada, faz uns exercícios, movimenta as pernas com uma caminhada maior”, brinca o aposentado.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), apesar do transtorno pela falta do elevador, não houve nenhum paciente ficou sem atendimento, pois os pacientes com dificuldades de locomoção vinham sendo atendidos no piso térreo. Quanto à demora no conserto, a SMS diz que foi uma questão burocrática. Um novo contrato com a empresa que faz a manutenção dos elevadores teve que ser feito, o que arrastou o problema por mais de um mês. Ainda hoje o equipamento deve ser novamente disponibilizado à população.
Sem estacionamento
As reclamações dos usuários da unidade de saúde Ouvidor Pardinho vão além do problema com o elevador. A falta de uma vaga de estacionamento rotativa ou exclusiva para pacientes também é motivo de transtornos para os idosos e frequentadores com necessidades especiais. “Precisamos ter um acesso mais próximo à unidade, que pudéssemos deixar o paciente na porta. É difícil conseguir uma vaga de estacionamento. Elas são ocupadas por funcionários aqui da unidade. É preciso criar, ao menos, uma vaga para os pacientes”, pede Oscar Marinero.
Funcionários também reclamam do problema de estacionamento. Sem se identificar, uma das atendentes questiona o fato de não haver limitação para o uso do estacionamento. “Você chega aqui e não tem vaga. Elas são ocupadas por pessoas que trabalham em outros locais e até por pessoas que vão ao supermercado aqui em frente. Era preciso regulamentar de alguma forma”, diz a jovem. Segundo a funcionária, nem mesmo as vagas reservadas para idosos e deficientes são respeitadas. “É comum você ver carros, sem credencial, estacionados nessas vagas específicas”, acrescenta.
Para resolver o problema, é preciso que a Secretaria Municipal de Meio Ambien,te desenvolva um projeto. A questão vai além da regulamentação do estacionamento, por se tratar de uma área pública.