Unicef adota ações de cidadania na fronteira

Um estudo divulgado ontem, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em Foz do Iguaçu, sobre as condições de vida das crianças e adolescentes na tríplice fronteira – Brasil, Argentina e Paraguai -, revelou que há cidades em que o índice de crianças sem registro de nascimento chega a 25%. A aids, a pobreza e a mortalidade infantil também preocupam. Durante o encontro, o Unicef também anunciou medidas para melhorar a qualidade de vida na região.

A falta de registro de nascimento é apontado como principal problema na fronteira. Entretanto, em alguns municípios do lado brasileiro, os índices são melhores do que a média nacional. No Paraná, das 32 cidades pesquisadas, apenas duas não têm esse perfil.

O coordenador oficial de programas do Unicef no Brasil, Halim Girade, não quis identificá-las, mas afirma que um município que não sabe exatamente o tamanho da sua população não tem como adotar políticas públicas que melhorem, por exemplo, a saúde e a educação.

Para resolver o problema, os três escritórios regionais do Unicef, junto com prefeituras, cartórios, empresas e sociedade civil vão promover ações para que as mães saiam da maternidade com o documento em mãos. ?A certidão de nascimento é o primeiro documento do cidadão. A falta dele dificulta o acesso aos serviços sociais mais básicos como a escola e posto de saúde?, ressalta Girade. Ao todo, no Brasil, 750 mil crianças ficam sem registro por ano.

A pesquisa também revelou dados positivos. O índice de mortalidade infantil na parte brasileira é menor do que o índice nacional. A cada mil nascidos vivos, 18 morrem – a média nacional é de 36 mortes. Além disso, a taxa de mortalidade em quatro cidades paranaenses chega a zero. São elas Entre Rios, Maripá, Quatro Pontes e São José das Palmeiras.

Aids

O coordenador oficial de programas do Unicef explica que a pobreza precisa ser combatida. Ela facilita a exploração sexual de meninos e meninas, favorecendo a proliferação da aids. Ele ainda afirma que dados do Ministério da Saúde mostram que a doença vêm crescendo, principalmente entre as mulheres e adolescentes. Para reverter a situação, será implantado na região a campanha ?Unidos vamos vencer a Aids?. A iniciativa tem como objetivo aproximar de zero o número de casos de bebês nascendo com o vírus HIV, prevenir infecções entre adolescentes, garantir o direito a saber se vive ou não com a doença e a receber tratamento quando necessário.

O estudo analisou 62 municípios da região, sendo 15 argentinos, 32 brasileiros e 15 paraguaios. Vivem na área cerca de 880 mil meninos e meninas, que representam, em média, 45% da população na região de fronteira entre os três países. 

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