Pescador que é pescador sempre tem uma história boa para contar. Seja ela verdadeira ou ?aumentada?, como se costuma dizer. E para que estas conversas não se percam, neste domingo a Tribuna traz para o leitor as deliciosas revelações do casal de comerciantes Gecomas Balmant, 45 anos, e Cassilda Vicente, 40. Atualmente eles são proprietários de uma sorveteria, em Santa Terezinha (Pontal do Paraná) e morando pertinho do mar, vão pescar praticamente uma vez por semana, mas fora da temporada de verão, pois neste período o trabalho é grande na sorveteria e não dá para sair. Nas Baías de Paranaguá, Antonina e Guaratuba e também pelo Rio Guaraguaçu, eles lançam o barquinho de alumínio com motor de 10HP e vão em frente, em busca de diversão e muito peixe. E na imensidão das águas, pode acontecer de tudo. Acompanhe as peripécias do casal.
Boa leitura!
Isso tudo é pura verdade!
?Esta história, toda vez que a gente conta, dizem que é mentira. Mas não é. Aconteceu mesmo!?, garante Gecomas, acomodando-se na cadeira em frente à sorveteria, ao lado da mulher. Segundo ele, há alguns meses, saíram para pescar no Rio Guaraguaçu. Antes haviam passado pela Baía de Guaratuba, para pegar sardinhas vivas, a isca que gostam de usar quando vão buscar robalos. O dia estava perfeito para a pescaria e os peixes batendo muito nas linhas. Cada um iscou seu anzol e jogou. Logo Gecomas sentiu o peixe fisgar. Era robalo, e dos bons. A briga durou alguns minutos, mas o peixe escapou. Logo em seguida, Cassilda também percebeu que um robalão batia em sua linha. Esperou a fisgada, mas também não conseguiu capturá-lo. Ao recolher sua linha, trazia no anzol duas sardinhas. Intrigada, só foi entender o que tinha acontecido, quando o companheiro recolheu a dele, sem nenhuma isca. ?O peixe era muito guloso. Arrancou a sardinha do meu anzol e depois foi abocanhar a sardinha do anzol dela, que enroscou justamente na isca que ele tinha na boca. Nós perdemos o peixe e ele ficou sem comida?, revela Gecomas.
Mas esta ainda não é a melhor história do casal, que se diverte com a cara de incredulidade dos ouvintes. Em outra ocasião, também em busca de robalos, eles circulavam pela Ilhas da Peças, à procura dos grandes exemplares. No barco, lado a lado, dividiam as iscas vivas e se protegiam do sol. Gecomas sentiu um peixe fisgar e era dos grandes. Brigou com ele durante algum tempo e logo sentiu outro tranco na vara, que ficou muito mais pesada. Lutou bastante para recolher a linha e para sua surpresa embarcou dois ?baitas? peixões, pegos com o mesmo anzol. Como? Ele explica: ?quando o primeiro peixe engoliu a isca viva e sentiu a fisgada, o natural é que tente expelir o que lhe incomoda pela guelra. E neste trabalho, expeliu justamente a sardinha, que ainda estava iscada. Nisso veio o outro robalão e agarrou a sardinha, ficando preso no anzol. Foi uma festa e não duvidem, que isso não é mentira!?, garante o pescador. (MC)
Dicas do Moluscówski
Na pesca de praia:
– Os arremessos devem ser feitos em várias distâncias, principalmente após a arrebentação;
– Anzol pequeno fisga peixe grande; anzol grande não fisga peixe pequeno;
– Se no dia em que você for pescar a maré começar a encher no fim da tarde, esta será então a melhor maré para os grandes troféus;
– Ao usar camarão morto verifique se está bem fresquinho.
* Na próxima edição, o leitor vai conhecer a história de um ex-gerente de uma rede de hotéis, que largou tudo para viver da pesca. A tentativa não deu muito certo, mas ele nunca mais saiu da beira do mar. Não perca!