UFPR reaproveita resíduos industriais

Integrantes do Laboratório de Tecnologia Ambiental da Universidade Federal (UFPR), que fica no Centro Politécnico, em Curitiba, estão se dedicando a estudar o reaproveitamento de resíduos industriais. Pesquisas estão sendo realizadas há cerca de um ano, tendo como objetivo principal transformar o que hoje é considerado resíduo em matéria-prima.

Alunos e professores já conseguiram desenvolver cerca de vinte produtos oriundos de 35 tipos diferentes de resíduos. Entre os materiais desenvolvidos estão: cerâmica, vidro-cerâmica, concreto, argamassa, isolantes térmico e acústico, bases de estradas, entre outros. ?Queremos ajudar as empresas a darem um destino mais correto a seus resíduos. A idéia é de que elas passem a vê-los como matéria-prima sujeita à venda ou doação?, comenta o professor de Materiais de Resíduos Industriais, Vsévolod Mymrine. ?Isso geraria grandes benefícios ambientais, pois a quantidade de resíduos não pára de crescer e logo não teremos mais onde colocá-los.?

Empresas que produzem cal, por exemplo, geram resíduos com alto teor de silício, magnésio, alumínio e ferro. Esses resíduos, quando mesclados com outros resíduos da produção de concreto, podem dar origem a um novo concreto bastante resistente. Já as minas de carvão produzem o pó de carvão, que normalmente causa problemas respiratórios e de pele a quem convive com ele. Misturado com resíduos de petróleo, o pó pode dar origem a briquetes também de grande qualidade e bom preço de custo.

Segundo o professor, o grande problema é fazer com que as empresas produtoras de resíduos decidam utilizá-los como matéria-prima. Dessa forma, é difícil fazer com que os produtos desenvolvidos sejam colocados no mercado. ?No Brasil, o governo não dá incentivo para que as empresas dêem outros destinos (fora o aterro sanitário) a seus resíduos?, explica. Outro motivo para que os estudos não sejam colocados em prática é o medo que a maioria das empresas tem de que seus resíduos não sejam processados corretamente, o que as torna sujeitas a punições.

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