A Universidade Federal do Paraná (UFPR) está promovendo uma série de debates com o tema “O Preconceito Nosso de Cada Dia”. Ontem, eles discutiram o sistema de cotas implantado este ano na instituição e que beneficia alunos de escolas públicas, afrodescendentes e índios.

A coordenadora dos encontros, professora Tânia Baibich, explica que este ano a universidade implantou uma disciplina que discute o preconceito e as práticas pedagógicas. Os debates têm a finalidade de proporcionar aos alunos melhores condições para refletir sobre algumas questões sociais.

O professor de filosofia do Centro Universitário Positivo, Pedro Elói Rechs, participou do encontro e questionou alguns pontos do sistema de cotas. Para ele, os alunos que forem beneficiados podem sofrer com o preconceito dentro da instituição.

Além disso, também corre-se o risco de o governo achar que as cotas são suficientes para garantir o acesso ao ensino superior e não investir na melhoria do Ensino Básico. Outro ponto polêmico é o fato de a Constituição garantir a todos os mesmos direitos, e as cotas acabariam privilegiando alguns.

Já o professor do setor de Ciências Sociais Aplicadas, Pedro Bodê, afirma que o preconceito já existe na instituição, e é preciso falar sobre o assunto para que ele seja resolvido. Segundo ele, a Constituição também fala em busca pela igualdade, e quando se implementa esse tipo de política pública está colocando as camadas menos privilegiadas num mesmo patamar de condições. Quanto à falta de investimentos na educação, ele destaca que nada impede que se continue cobrando do governo investimentos no ensino básico.

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