Uma grande pesquisa pretende avaliar o significado da presença de estudantes negros na Universidade Federal do Paraná (UFPR). A pesquisa, executada pelo Ministério da Educação (MEC) sob orientação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), está sendo realizada simultaneamente em 15 universidades públicas brasileiras que adotaram o sistema de cotas.
O objetivo do MEC é avaliar as mudanças culturais causadas nas universidades, o convívio entre as diferentes raças e a situação dos estudantes cotistas: rendimento acadêmico, evasão, relação com professores, funcionários e colegas. Na UFPR serão entrevistados 500 alunos negros e brancos, 50 professores e 20 funcionários. Sem adiantar os resultados da pesquisa, que serão divulgados em novembro, a pesquisadora Marcilene Lena Garcia de Souza, consultora do MEC e responsável pela pesquisa na UFPR, adiantou que, pelo menos na instituição, duas das grandes preocupações quanto a política de cotas não se aplicam: o rendimento acadêmico e a discriminação dos alunos cotistas.
?Já foi comprovado que os alunos negros conseguem acompanhar muito bem o ensino superior. E também percebemos uma convivência solidária entre alunos brancos de classe média e negros de baixa renda, o que é uma grande oportunidade de crescimento para todos?, disse. A Universidade Estadual de Londrina (UEL), no norte do Estado, também está participando da pesquisa.