UFPR indenizará família por erro médico

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) foi condenada na última terça-feira a indenizar uma família por danos morais e materiais em decorrência de um erro médico ocorrido em fevereiro de 2003.

O jovem M.F.N., na época com 26 anos, realizou uma cirurgia no coração no Hospital de Clínicas (HC), em Curitiba, para corrigir um problema congênito no órgão. Contudo, nove dias depois, o rapaz teve uma crise e morreu.

De acordo com o juiz federal substituto Vicente de Paula Ataide Júnior, que proferiu a sentença, os laudos periciais apontaram que o cirurgião responsável pela operação esqueceu uma gaze sobre a parede inferior do miocárdio.

“Os laudos comprovam que houve o erro do médico. Essa gaze que ficou no coração do paciente acabou se transformando em um meio de cultura de bactérias. Imagine uma bomba de pressão jogando bactérias por todo o corpo do enfermo. Foi o que ocorreu com esse paciente, que faleceu vítima de septicemia (infecção generalizada)”, explica.

Para o juiz, não há dúvida de que o fato de a gaze estar no coração da vítima foi o que determinou a morte. “A UFPR e o HC tentaram se defender dizendo que houve outros fatores para que isso acontecesse, mas os laudos apontavam para o fato citado”, avalia.

Pela sentença, a UFPR deverá indenizar a companheira da vítima, que estava grávida na época, e o filho menor com uma pensão mensal de dois salários mínimos, retroativa à data de falecimento do rapaz, até o filho do casal completar 25 anos e até a data em que o paciente completaria 65 anos. Além disso, foi estipulada indenização para a companheira, o filho e a mãe do paciente, por danos morais, cujo valor pode chegar a R$ 300 mil.

Ataide Júnior encaminhou a parte final da sentença para o Ministério Público Federal (MPF), Conselho Regional de Medicina (CRM) e para a reitoria da UFPR para que medidas criminal, profissional e administrativa sejam tomadas contra o cirurgião.

As assessorias de imprensa do UFPR e do HC informaram que as instituições ainda não foram notificadas da decisão e que só tomarão alguma medida tão logo isso aconteça.

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