UFPR faz ato público após assassinato de pró-reitora

A fachada do prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), na Praça Santos Andrade, em Curitiba, foi coberta por um pano preto para simbolizar que a instituição está de luto. E foi com esse sentimento que professores, alunos e funcionários se reuniram ontem em frente ao prédio para participar de um ato contra a violência.

Na última sexta-feira, a pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação, Maria Benigna Martinelli de Oliveira, foi morta durante uma tentativa de assalto. No mesmo dia, Rafael dos Santos, filho da funcionária Rosane dos Santos, morreu no hospital vítima de uma bala perdida.

De mãos dadas, todos fizeram um minuto de silêncio, e encerraram a mobilização cantando o Hino Nacional. O ato aconteceu durante reunião do Conselho Universitário, que, pela primeira vez na história da instituição, ocorreu em praça pública. De acordo com o reitor da UFPR, Carlos Moreira Júnior, essa reunião não foi para tomar decisões ou analisar processos, mas sim para chamar a atenção da sociedade sobre a banalização da violência. ?A sociedade está doente e não adianta colocar curativos. É preciso repensar na sociedade que queremos e investir para mudar a violência e impunidade que vêm imperando?, comentou.

Segundo Moreira, não adianta usar discursos que os jovens são o futuro do País, ?pois são esses jovens que estão matando crianças e professores. É preciso dar educação, emprego e oportunidade para esses jovens?. O secretário municipal especial Antidrogas de Curitiba, Fernando Francischini, acompanhou a mobilização, e disse que sua presença foi para apoiar a instituição e oferecer parcerias entre a Prefeitura e UFPR. Ele comentou que o assassinato da professora, que possivelmente tem o consumo de drogas como motivador, se enquadra na proposta da secretaria. ?A investigação cabe à secretaria de Segurança Pública, mas nós queremos trabalhar para evitar que isso continue acontecendo?, falou.

Além de lamentar a morte da amiga e companheira de trabalho, professores da UFPR negaram que somente agora a instituição se deu conta da violência e a necessidade de investir na educação. A vice-reitora da federal, Márcia Helena Mendonça, afirma que, entre outras ações, a UFPR está ampliando as vagas para dar mais oportunidades de ingresso na instituição. Já a pró-reitora de Extensão e Cultura, Sandra Guimarães, destacou que existem muitos projetos que são desenvolvidos junto à comunidade para que possam conquistar melhores condições de vida. Também, capacitação de professores de escolas públicas, no sentido de trabalhar a questão da violência nas suas comunidades. ?Fazemos um trabalho de formiguinha, e na área de educação os resultados são a longo prazo?, finalizou Sandra. 

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