UFPR estuda mudanças para o próximo vestibular

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) poderá inaugurar um novo sistema de provas no vestibular 2004 . A realização do processo seletivo em duas fases e a eliminação do sistema de somatória na correção das questões seriam algumas das mudanças. Segundo a diretora do Departamento de Assuntos Acadêmicos, Rosana Albuquerque, as alterações têm o objetivo de favorecer ainda mais a capacidade de raciocínio dos alunos. As mudanças estão sendo discutidas. A proposta foi formulada pelo Núcleo de Concursos da UFPR e até o fim de junho o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão deve divulgar a decisão.

Rosana explica que uma das idéias é dividir as provas em duas fases. Na primeira, os candidatos fariam provas de todas as disciplinas de conhecimentos básicos; e na segunda, iriam enfrentar duas provas relacionadas ao curso pretendido, com conhecimentos mais aprofundados. Os núcleos de cada curso é que iriam escolher quais as disciplinas contempladas na segunda fase.

Ainda precisa ser discutido o número de classificados para a segunda etapa do concurso. De acordo com Rosana, fala-se em quatro vezes o número de vagas oferecidas em cada curso.

Outra novidade seria a introdução de questões de interpretação de textos de sociologia e filosofia na primeira fase. “Não seriam cobrados conhecimentos nessas áreas, mas sim a capacidade de interpretação e raciocínio”, diz Rosana. Segunda ela, é uma forma de selecionar os melhores alunos, favorecendo não quem tem apenas o conhecimento, mas aqueles que também sabem raciocinar. Para ela, o novo método deve facilitar o acesso de alunos de escolas públicas.

Também pode ser mudado o sistema de somatória das questões, que deve ser substituído pelo esquema de múltipla escolha. De acordo com Rosana, a medida vai facilitar a elaboração de estudos estatísticos sobre o concurso, para promover mudanças.

O sistema usado hoje na UFPR só tem similar na Universidade Federal de Santa Catarina. Para o vice-presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná, Jacir Venturi, que representa 35 mil vestibulandos, esta alteração é positiva. “Muitas vezes o aluno acabava penalizado porque errava apenas uma questão”, diz.

Em reunião nesta semana com o reitor da UFPR, Carlos Moreira Júnior, Venturini disse temer que a UFPR realize a primeira etapa antes que eles terminem o calendário de estudos deste ano. Também disse estar preocupado com uma possível cobrança de conteúdos de sociologia e de filosofia na prova de interpretação. Mas, o coordenador do Núcleo de Concurso, José Eramo Gruginski, diz que isso não acontecerá.

Sem consenso para transferência

Lawrence Manoel

Estudantes de Medicina da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e seus pais reuniram-se ontem com representantes da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) para definir detalhes sobre as transferências para outras universidades estaduais. A proposta oficial foi de dar prioridade de escolha conforme o escore atingido no vestibular. Os alunos não concordaram, alegando que os quarenta acadêmicos foram selecionados em dois vestibulares com provas diferentes.

“Eles estão propondo critérios diferentes para os aprovados nos vestibulares de inverno e de verão”, informou o diretor-geral da Seti, José Moraes Neto. Ele disse que a proposta será analisada. Neto citou que a proposta da reitoria da UEPG é que a transferência dos estudantes seja efetuada depois de encerrado o primeiro ano letivo. “As duas propostas serão analisadas sob o ponto de vista da lei”, disse.

Dos estudantes aprovados nos dois vestibulares de Medicina, doze são de Curitiba, dez de Ponta Grossa, quatro de Maringá e dois de Londrina. As cidades de Engenheiro Beltrão, Pato Branco, Cianorte, Jaguariaíva, Castro, Cascavel, Andirá e Rolândia têm, cada uma, um estudante aprovado. São Paulo têm três estudantes e Santa Catarina um. Pela proposta da Seti, os alunos de Cascavel, Londrina e Maringá poderão negociar as transferências para suas cidades natal, mesmo tendo escores inferiores. A UEPG divulga segunda-feira as classificações nos dois concursos.

Pró curso

A estudante Fabiana Savi Mello de Souza é uma das que ainda tenta impedir que o curso seja suspenso. Ela contou que, mesmo morando em Curitiba, vai todos os dias até Ponta Grossa para estudar. “O grupo que quer lutar pela permanência é menor do que aqueles que estão conformados com as transferências, mas nós vamos continuar lutando”, afirmou, destacando que na segunda-feira o promotor Fuad Chafic Abi Faraj, do Ministério Público Estadual, entrará com ação civil pública tentando anular o decreto que suspende o curso.

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