O fato de a última liminar dos alunos que entraram na Justiça contra o sistema de cotas ter sido derrubada na última quinta-feira, pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, foi comemorado ontem pelo reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Carlos Augusto Moreira Júnior. ?A decisão é motivo de muita satisfação para a universidade. Ela garante a autonomia da UFPR em estabelecer as cotas e políticas afirmativas em seu processo seletivo?, afirmou.

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No total, foram realizadas 37 ações, 31 nas quais os autores questionavam o sistema de cotas e seis de pessoas que tentaram o vestibular pelo sistema e não foram aceitas. Três liminares foram concedidas para que estudantes não aprovados pudessem ingressar na universidade nos cursos de Engenharia Química, Direito e Medicina.

Segundo a procuradora jurídica da UFPR, Dora Bertúlio, nenhuma das ações foram finalizadas. Os juízes ainda não apresentaram suas sentenças. Porém, ao que tudo indica, a universidade deve sair vitoriosa em todas elas. ?A suspensão das liminares aponta para isso?, afirmou. ?A Justiça deve ser favorável à democratização do ensino dentro da UFPR?.

No total, 1.292 pessoas foram matriculadas pelo sistema de cotas. Para garantir a permanência delas na instituição, o reitor aumentou o número de bolsas oferecidas de 1.250 para 1.880 (os bolsistas recebem um apoio de R$ 150 mensais) e manteve o valor de R$ 1,30 para refeições servidas pelo restaurante universitário. ?Também devemos aumentar o acervo da biblioteca, pois sabemos que muitos dos livros exigidos nos cursos são bastante caros?.

Medicina

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Para evitar discriminações, a UFPR prefere não divulgar o número de cotistas por curso. Porém, uma exceção foi feita ao curso de Medicina, que sempre foi considerado elitizado por ter apenas 7% de seus alunos oriundos de escolas públicas. Anualmente, são oferecidas 176 vagas. Este ano, foram matriculados 35 estudantes de escolas públicas e catorze negros. ?Para nós, não interessa saber quem é cotista ou não. O curso vem se desenvolvendo com absoluta normalidade e a turma vem se mostrando bastante unida, se distribuindo em grupos homogêneos?, revelou o coordenador do curso, Miguel Hanna Sobrinho.