Congelamento de embriões de peixes. Essa é a tecnologia que a Universidade Estadual de Maringá (UEM) está tentando dominar desde o ano passado. A equipe de pesquisadores da instituição já conseguiu fazer eclodir ovos de pacu em uma incubadora, depois de passá-los por resfriamento a – 5ºC, durante uma hora. É a primeira vez que uma linha de pesquisa chega tão longe. Nenhuma outra instituição do País conseguiu tal façanha.
O professor do Departamento de Zootecnia da UEM e coordenador do projeto, Ricardo Pereira Ribeiro, comemora cada passo do projeto e explica que as experiências já estão bastante adiantadas. “Primeiramente, estamos trabalhando com o pacu, que é uma espécie bastante encontrada na região, mas logo contaremos com outras sete espécies de peixes existentes no Rio Paranapanema. Ainda estamos em processo de evolução”, comenta. “A UEM já possui conhecimento para congelamento de sêmen de peixe. Falta agora a compreensão da tecnologia total para conservação dos embriões”, completa o professor.
De acordo com Ricardo, o projeto tem uma grande importância porque atua positivamente no aspecto ambiental e econômico. Ele explica que conservando os embriões e o sêmen será possível aumentar a atividade pesqueira, produzindo peixes mesmo fora da temporada de reprodução. Além disso, a conservação do material genético permite a preservação de qualquer espécie.
A grande dificuldade para que o projeto se desenvolva é a quantidade de gordura encontrada nos ovos. Exposta a baixas temperaturas, essa gordura forma cristais que podem atrapalhar a eclosão. Toda a equipe de pesquisa vem testando alguns “crioprotetores”, que são soluções que protegem os embriões no processo de congelamento.
A quantidade de solução varia de acordo com cada espécie. “O grande desafio é encontrar a solução certa, a temperatura, e o tempo de desenvolvimento certo para que um determinado ovo congele. Já chegamos à temperatura de – 7ºC, o que é sensacional”, destaca Ricardo. Já foram testados seis tipos de soluções, sem a precisão determinada. “Na próxima estação reprodutiva, nós vamos voltar com os testes no Paranapanema. Esperamos conseguir uma refrigeração ainda maior, para chegarmos mais perto do nosso objetivo”, explica Ricardo.
