UEM faz campanha para abolir trotes em calouros

A diretora de Ensino de Graduação da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Irizelda Martins de Souza e Silva, enviou aos professores da instituição um ofício solicitando a divulgação de um poema que pede o fim do trote na universidade. O título do texto, que foi escrito pelo professor Eduardo Montagnari, do Departamento de Ciências Sociais da UEM, é Trote Nunca Mais.

A professora Irizelda explicou que, desde 2000, a universidade vem desenvolvendo ações com o objetivo de ir criando nos alunos que ingressam na instituição a idéia de que o trote é um instrumento de humilhação, o qual deve ser extinto do campus da UEM. No ano passado, antes da greve, representantes das comissões de recepção e integração do novos alunos fizeram um estudo profundo de diversos textos sobre o trote e montaram uma peça de conscientização, chamada O Boi Cidadão. O espetáculo chegou a ser apresentado em alguns centros, mas o cronograma do grupo foi interrompido pela greve nas universidades estaduais, que durou seis meses. “Nossa idéia era mostrar aos veteranos que esse rito de iniciação, que expõe os calouros de forma física e psicológica, é na verdade um rito de ridicularização que precisa ser abandonado”, comentou Irizelda.

Apoio

Este ano, as comissões pediram o apoio do Ministério Público e da Prefeitura de Maringá na briga contra o trote. A idéia surgiu porque existem duas leis, uma municipal e outra estadual, que proíbem a prática do trote. Sem contar que a própria UEM tem uma portaria que coíbe atos de violência e constrangimento dentro do campus.

Pensando nisso, as comissões e o procurador jurídico da universidade, Wadson Peres Gualda, reuniram-se com o promotor Maurício Kalache, também professor da UEM, e com o procurador-geral da prefeitura, Alaércio Cardoso, para discutirem medidas em conjunto nas iniciativas de conscientização. Ficou decidido que vai ser estimulado o cumprimento das leis e a prefeitura colocou agentes de trânsito à disposição da universidade, para tentar coibir os chamados pedágios – pedido de doações em dinheiro que os calouros são obrigados a fazer nos semáforos da região da UEM.

A última iniciativa é o ofício encaminhado para todos os professores da universidade que contém, em anexo, o texto Trote nunca mais. Segundo a professora Irizelda, essa é uma maneira de levar à discussão sobre o problema para dentro da sala de aula, com fins educativos.

Serviço: O poema do professor Eduardo Montagnari pode ser encontrado na página inicial do site da UEM, www.uem.br e, amanhã, será gravado para entrar na programação da Rádio Universitária.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo