Pelo menos vinte médicos e ex-residentes do Hospital Universitário (HU) de Londrina podem estar entre os 154 integrantes de duas comunidades do Orkut que funcionaram entre outubro do ano passado e abril de 2005 e traziam mensagens racistas e pejorativos contra funcionários e pacientes da instituição. Quando as mensagens tornaram-se conhecidas pelos servidores do HU, as comunidades foram retiradas da rede. A Universidade Estadual de Londrina (UEL) e o Conselho Regional de Medicina (CRM) decidiram abrir sindicâncias.
Os comentários enviados às comunidades do Orkut teriam teor preconceituoso. Os servidores seriam chamados por expressões como ?trolls? – que significaria ?seres repugnantes e comedores de carne humana? – entre outras denominações como ?orangotango? e ?macaca de 15 arrobas?. Nas mensagens, pacientes grávidas seriam chamadas de ?prenhas nojentas?. Desde que houve a divulgação das mensagens o clima no hospital ficou muito ruim.
Reação
A reitoria da UEL manifestou solidariedade a funcionários e pacientes e pretende usar de extremo rigor na punição. O fato resultou também numa reação do Sindicato dos Trabalhadores na Área de Saúde de Londrina (Sindisaúde), que está coletando assinaturas para exigir uma ação do Ministério Público Federal a fim de punir os responsáveis. O Conselho Municipal da Comunidade Negra de Londrina promete para amanhã mobilizações em frente ao hospital e prepara documento para enviar ao governo do Estado exigindo providências.