A Universidade Estadual de Londrina (UEL) anulou, ontem, a prova aplicada em 14 de dezembro para o cargo de técnico em transações imobiliárias, que fez parte do último concurso público da Sanepar.
O teste seletivo estava sendo investigado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), que verificou que algumas questões eram iguais às da apostila de um curso de técnico de corretor, ministrado em Curitiba.
Anteontem, o MP-PR notificou a instituição e recomendou a anulação da prova. As investigações partiram da denúncia de uma candidata, que tinha sido reprovada no concurso.
Agora, uma nova prova deverá ser aplicada para os 182 inscritos para o cargo, que era de nível médio e cujo salário inicial é de R$ 1.272,20, mais benefícios. Ainda não há, porém, data definida.
A UEL está procurando profissionais para a elaboração do teste, que deverá ser aplicado nas mesmas cidades onde o concurso foi realizado. Os candidatos deverão ser oportunamente informados sobre novidades.
As 40 questões da prova anulada eram de Português, Matemática, Conhecimentos Gerais e Específicos – área em que 12 das 15 perguntas não eram inéditas.
O concurso da Sanepar foi feito para preencher um total de 64 cargos de várias áreas, e teve 37 mil inscritos. De acordo com a UEL, cerca de 120 profissionais trabalharam na elaboração de 1,3 mil perguntas.
O coordenador da Coordenaria de Processos Seletivos (Cops), Silvano César da Costa informou, ontem, que a prova foi elaborada por um corretor de imóveis de Londrina, contratado pela instituição.
Ele disse que a decisão de anular o teste foi para “garantir a idoneidade e a transparência do processo”, e que isso não indica que houve fraude no processo seletivo.
Costa disse, ainda, que a direção de recursos humanos da Sanepar foi informada e concordou com a posição da universidade. A empresa, porém, preferiu não comentar a anulação.
Informou apenas que, como os aprovados para o cargo em questão preencheriam um cadastro de reserva, não haverá prejuízos às atividades da empresa. O promotor de justiça Renato de Lima Castro, responsável pelo caso, não foi encontrado pela reportagem para comentar as investigações.