Os 14 anos de independência da Ucrânia serão comemorados amanhã, com parcerias e incrementos na relação entre o Brasil, especialmente o Paraná, e aquele país. Casa de mais da metade dos 400 mil descendentes que vivem no País, o Estado pretende desenvolver as relações nas áreas de ensino, saúde e intercâmbio cultural.
Além da capital, é notável a presença da cultura ucraniana também em algumas regiões centrais e do Oeste do Estado, principalmente nas cidades de Cascavel e Prudentópolis – esta com 60% de sua população formada por descendentes de ucranianos. Os primeiros imigrantes se instalaram por aqui entre o fim do século XIX até os primeiros vinte anos do século XX.
Essencialmente agrícola, este povo trabalhou arduamente nas terras brasileiras, mantendo vivos, até hoje, suas danças, artesanato e culinária. "Em Curitiba nós temos o Memorial Ucraniano, no Parque Tingüi, e a Praça Ucrânia, onde há o monumento em homenagem ao poeta Tarás Shevchenko", exemplifica o cônsul da Ucrânia no Paraná, Oleksandr Markov. Os descendentes compõem 23 grupos folclóricos no Brasil, dando destaque às danças e à produção artesanal, como os famosos ovos pintados conhecidos como pêssanky, símbolos de prosperidade e fartura.
Para o cônsul, o que mais identifica brasileiros e ucranianos são as características humanas. "O único problema é que estamos sentindo que a língua vai morrendo aos poucos entre os mais jovens, mas estamos fazendo esforço para frear esse processo", lamenta.
Outro esforço a ser concentrado é o do intercâmbio cultural e tecnológico entre os dois países. Já há parcerias na área espacial – a base de Alcântara, no Maranhão, deve lançar um foguete ucraniano no final do próximo ano – e esportiva, com o Brasil enviando jogadores de futebol e exportando da Ucrânia técnicos de ginástica olímpica. "temos projetos com as prefeituras de Cascavel, São José dos Pinhais e Paranaguá para estabelecer relações bilaterais de intercâmbio cultural e na área de Medicina, principalmente", diz.
