A caravana da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) passou ontem por Curitiba e discutiu com os estudantes a importância do passe livre no transporte coletivo. Segundo o presidente da entidade, Thiago Franco, pesquisas mostram que parte da evasão escolar ocorre no País porque os alunos não conseguem chegar até a escola. O debate serviu de preparação para o Dia Nacional de Luta pelo Passe Livre, que será na próxima quinta-feira, com manifestações em várias cidades brasileiras. Segundo a Ubes, em 2006 o evento mobilizou 150 mil estudantes.
Para Thiago, o passe livre significa para os estudantes a garantia de permanência na escola. Ele diz que uma pesquisa feita pela Universidade de Campinas (Unicamp), em 2001, mostrou que 40% da evasão escolar tem como principal responsável a falta de condições para pagar o transporte coletivo. Para ele, em apenas duas capitais brasileiras os estudantes tem passe livre: Rio de Janeiro e Cuiabá. Em Brasília, os alunos pagam um terço da tarifa e nas demais meia passagem.
Em Curitiba e Belo Horizonte o sistema é diferente. A meia passagem existe, mas apenas para quem comprova baixa renda familiar. ?Só tem acesso quem tem uma renda quase miserável?, reclama Thiago. Para ele, todos os alunos deveriam ter acesso a meia-passagem.
Os estudantes também querem passe livre para eventos culturais como teatro cinema, atividades esportivas e de lazer. ?Tudo isso faz parte da formação, não apenas a escola?, fala. A caravana da Ubes já passou por quatro capitais: Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e São Paulo. Hoje, eles voltam para o Rio de Janeiro e fazem os últimos preparativos do manifesto que deve mobilizar estudantes em mais de 60 cidades. O organizadores esperam reunir o dobro do ano passado: 300 mil alunos.
Segundo a Urbs, empresa que administra o transporte coletivo em Curitiba, no ano passado cerca de 25.727 alunos foram beneficiados com a meia-passagem. Para ter acesso ao benefício, a renda familiar deve variar de acordo com o número de filhos, não podendo ultrapassar o teto de R$ 1.750. A Urbs lembra ainda que toda a gratuidade do sistema gera um ônus que acaba sendo pago pelas outras pessoas que usam o transporte.