O Zoológico Municipal de Curitiba está comemorando o nascimento de 43 animais nos últimos dois meses. O número de nascimentos nesse período produtivo, que vai do início da primavera a fevereiro, deve chegar a 80. O mais ilustre dos novos moradores é um filhote de bisão. O nascimento de Tyranus, no início de outubro, surpreendeu biólogos e veterinários.
No mundo todo existem pouco mais de três mil bisões europeus, segundo dados do Studbook de 2003, o livro oficial de registros do bisão europeu. O maior rebanho em área natural se encontra em um parque nacional na Polônia, onde vivem 1.166 animais, os demais estão espalhados por cativeiros e zoológicos do mundo. "O nascimento de qualquer indivíduo dessa espécie, seja em cativeiro ou não, é sempre muito importante e comemorado", declara o veterinário do zoológico de Curitiba, Manoel Lucas Javorouski. De acordo com o veterinário, Tyranus é o primeiro filhote de bisão europeu genuinamente curitibano. Os outros três indivíduos, incluindo os pais do novo bisão, são originários de casais de São Paulo.
Assim como seus pais, Tytan e Tyla, e a tia Tyrina, que vivem no Zoológico de Curitiba, Tyranus será registrado no próximo Studbook. Javorouski explica que existe um padrão internacional para registrar os bisões europeus que nascem no mundo todo. Em Curitiba são obrigatórias as iniciais Ty para qualquer bisão que nascer. "O registro é uma espécie de árvore genealógica dos animais, que ajuda a manter um banco de informações genéticas e evitar o cruzamento consangüíneo", diz o veterinário.
Além do bisão, desde o final de setembro já foram registrados os nascimentos de dois filhotes de aoudade (cabra montes) e mais de 14 cervicapras, uma espécie de antílope. Para o veterinário, os nascimentos indicam que os recintos são apropriados para abrigar os animais. "O zôo de Curitiba está cumprindo a função de conservação e reprodução, com isso ajuda a assegurar pelo menos o material genético dos animais para o futuro", diz Javorouski.
No Passeio Público, que é uma extensão do Zoológico no centro da cidade, os destaques são os nascimentos das aves. Desde o início do período reprodutivo até agora foram registrados 20 nascimentos. Segundo o ornitólogo do Zôo, Pedro Scherer Neto, os mais significativos são um filhote de jacutinga e um de pavãozinho-do-pará. A primeira espécie por ser ameaçada, e o pavãozinho pelo fato de não ser muito comum a sobrevivência de filhotes nascidos em cativeiro.