O reassentamento de famílias que moram na Vila Pantanal, uma área de invasão no bairro Alto Boqueirão, foi tumultado na manhã desta quinta-feira (22). Três famílias, com grau de parentesco entre si e que ocupam três casas no mesmo lote, seriam realocadas para o novo loteamento da Cohab, porém se negaram a deixar o local porque uma delas perdeu o benefício por ter vendido seu cadastro.
A Cohab sugeriu que a família de Ivonilde Guimarães, 37 anos, composta por 10 pessoas, fosse morar na casa da sogra, Marlene Souza, 46. No total, seriam 18 pessoas morando numa residência de três quartos, o que revoltou Ivonilde. “O lugar é muito pequeno para tanta gente. Vamos dormir todo mundo junto?”, reclamava a mulher, que se negava a sair de sua casa de madeira.
Depois de horas de negociação, as famílias que somam 24 pessoas chegaram a um acordo com agentes da Cohab. Ivonilde ganhou dois mil tijolos para, num prazo de 30 dias, construir uma extensão na casa da sogra e viver com seus nove filhos.
O impasse foi acompanhado pela articuladora da regional da Cohab do Boqueirão, Daniella Pizzatto, e pelo presidente da associação de moradores do bairro, Manoel Rodrigues.
Daniela explicou que duas das três famílias tinham cadastro na Cohab. No entanto, Ivonilde vendeu o cadastro e se mudou da Vila Pantanal. A mulher decidiu voltar a morar no local, porém deixou de ser contemplada. “As famílias foram selecionadas por sorteio para serem realocadas. Uma delas saiu, voltou e queria ser atendida também”, explicou a articuladora.
Neste mês, mais 43 famílias que ocupam a região foram reassentadas, totalizado 168 o número de famílias beneficiadas até agora. De acordo com a prefeitura de Curitiba, no total 334 famílias serão reassentadas em novas casas, enquanto que as demais, 434, que estão em local que não oferece riscos permanecem onde estão e serão atendidas com obras de urbanização.
