TST busca conciliação para acabar a greve na ECT

O Comando Nacional de Negociação da Federação Nacional dos Correios (Fentect) teve uma reunião informal ontem em Brasília com o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), o ministro Vantuil Abdala, que decidiu tentar realizar uma reunião de conciliação entre grevistas e a direção da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Na quarta-feira, a direção da ECT havia entrado com um pedido de dissídio da greve, junto ao TST. Para Abdala, é importante evitar um distanciamento entre as partes. A reunião deve acontecer essa semana.

Segundo o sindicalista Celso Paiva, representante do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR) no comando de greve, a ECT vem se mostrando intransigente, tentando negociar de forma unilateral. ?Apesar da empresa ter abandonado a mesa de negociações, nós ainda estamos abertos à propostas?, afirmou.

Ausentes

Segundo a empresa, o número de ausentes no trabalho foi de 11,6 mil, o equivalente a 10,75% do total de funcionários. A ECT admite, porém, que a greve afetou 20% de entregas de cartas e encomendas em todo o país, porque o movimento atingiu principalmente os setores de transporte e distribuição. A ECT informou que os serviços de entrega urgente, como o Sedex 10, o Sedex Hoje e o Sedex Mundi, estão suspensos até o fim da greve.

O Comando Nacional de Negociação da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect), porém, estima que o movimento tenha a adesão de 70% dos 108 mil funcionários da ECT em todo o país. Para Paiva, os números divulgados pela empresa fazem parte de uma tentativa de desmobilizar o movimento.

Terceirização polêmica

O sindicalista também questionou a contratação de trabalhadores temporários pela empresa. Sobre essa questão, o SintCom-PR informou que ingressou ontem na Justiça com um pedido de liminar contra a direção da ECT, por causa da contratação temporária de funcionários terceirizados que estão substituindo os trabalhadores em greve. Para o sindicato, a substituição é proibida pela lei federal 7.783, de 1989, que estabelece no seu artigo 7.º: ?É vedada a rescisão de contrato de trabalho durante a greve, bem como a contratação de trabalhadores substitutos?. A empresa contratou em todo o País cerca de dois mil funcionários.

Contudo, a regional da ECT do Paraná discorda dos argumentos do sindicato. Segundo a empresa, a mão-de-obra temporária está sendo utilizada para garantir o serviço mínimo de atendimento à população.

No Paraná, o segundo dia da greve dos Correios foi tranqüilo, sem confrontos entre trabalhadores e policiais. De acordo com a regional da ECT no estado, o caminhão que havia na quarta-feira sido bloqueado na sede central da empresa pelos grevistas foi liberado ontem, com o apoio da Polícia Federal. Porém, o secretário-geral do Sintcom-PR, Nilson Rodrigues dos Santos disse não houve entrada nem saída de qualquer caminhão no prédio da sede.

Uma passeata, seguida de assembléia, foi realizada no centro da cidade do Rio de Janeiro ontem. A presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Rio, Ana Zélia dos Santos, disse que haverá mais passeatas e atos. Em Brasília deve acontecer hoje uma manifestação em frente ao Ministério das Comunicações.

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