Passada a correria das compras de Natal, muita gente aproveitou o primeiro dia útil do comércio para fazer as trocas de presentes. Entre as reclamações estão aqueles que não agradaram, que apresentaram defeitos e, principalmente, que não serviram. Embora o Procon informe que a troca não é uma obrigação do comércio, muitos lojistas acham que essa é uma boa oportunidade para vender mais.
Na loja que Marlene do Rocio de Paula gerencia, as trocas chegam a alcançar 10% do total vendido para presente. ?Todo ano é sempre assim, e nós já até sabemos que muita coisa volta depois?, revela. Já na loja em que Luci Pedroso trabalha, as trocas começaram muito antes do Natal. Segundo ela, as pessoas anteciparam as compras e as trocas também.
O vendedor Marcos Almeida afirmou que são os homens que erram mais nos presentes, principalmente no tamanho. ?Eles sempre levam o número menor, mas no dia seguinte elas estão aqui trocando?, falou. Foi o que aconteceu com a artesã Carmem Berton, que foi logo cedo trocar dois dos quatro vestidos que ganhou. ?Eu vim cedo porque, além da loja estar vazia, terei mais opções de escolha?, disse.
Mas a assistente de recursos humanos Sheila Kondo Simões foi mais exigente. Além das peças que não serviram, ela trocou aquelas dos quais não gostou. Uma delas foi uma sandália que ganhou do amigo secreto. ?Eu pedi um modelo e ganhei outro bem diferente. Agora quero trocar?, afirmou.
A troca de presentes é uma prática usual no comércio, que acaba vendo a situação como uma oportunidade de novas vendas. A gerente Marlene de Paula diz que orienta os vendedores a cativar o cliente, mesmo na hora da troca. ?Muitos reclamam que, na hora de vender, o vendedor só falta levar o cliente no colo, o que não acontece na hora da troca. Aqui, os vendedores são orientados para dar o mesmo tratamento, para conquistar o cliente, que se não levar a mais, volta uma próxima vez?, afirmou.
Consumidor
Segundo informações do Procon, a loja tem obrigação de trocar o produto apenas em caso de defeito. Nos demais casos, é uma cortesia do comércio, que acaba efetuando a troca até mesmo sem a nota fiscal, bastando apresentar a etiqueta ou sacola da loja. De acordo com o órgão, se o produto apresentar algum problema, o fornecedor deve ser contatado, de imediato, para solucioná-lo. O Código de Defesa do Consumidor prevê, no caso da mercadoria ou serviço apresentar defeito de fácil constatação, prazo de até 90 dias para bem durável – calçados, roupas, eletroeletrônicos -, e de 30 dias para o não-durável – cosméticos, perfumaria, produtos de higiene e alimentos.
No caso de defeito, o fornecedor tem até 30 dias para sanar o problema. Se não for resolvido nesse período, o consumidor tem direito a escolher entre a troca do produto por outro em perfeitas condições de uso, desconto proporcional do preço, ou a devolução da quantia paga e atualizada. Se a compra for feita pela internet ou telefone, é preciso verificar antecipadamente as alternativas dadas pelo fornecedor. Nesses casos o consumidor pode solicitar o cancelamento, no prazo de sete dias após a contratação, ou sete dias após o recebimento do bem. A desistência precisa ser comunicada por escrito e protocolada.
Serviço – Quem quiser mais informações pode consultar o Procon através do telefone 0800-41-1512, e-mail proconpr@procon.pr.gov.br, ou na sede do Procon em Curitiba, na Alameda Cabral, 184, Centro.
