TRF nega habeas corpus para Roberto Bertholdo

O desembargador federal Elcio Pinheiro de Castro, do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, em Porto Alegre, negou ontem o pedido de habeas corpus para o advogado e ex-conselheiro da Itaipu Binacional, Roberto Bertholdo.

Ontem também, a Justiça Federal em Curitiba começou a ouvir as testemunhas de acusação ligadas ao caso. Preso pela Polícia Federal (PF) no último dia 4, na capital, ele é acusado de escutas telefônicas ilegais, lavagem de dinheiro e tráfico de influência. Entre as várias pessoas ouvidas ontem estão o ex-deputado Tony Garcia e o ex-sócio de Bertholdo, o advogado Sérgio Renato Costa Filho.

Costa acusou, em fevereiro, Bertholdo de tê-lo torturado por causa de um suposto desvio de R$ 900 mil e de um possível ?grampo? no escritório, que teria captado uma conversa comprometedora entre Bertholdo e Tony Garcia. Desde então, Costa está se escondendo em um país da América do Norte, com medo de represálias. O advogado veio depor e de São Paulo a Curitiba teve escolta de agentes da Polícia Federal. A reportagem tentou ouvir o advogado de Costa, Rolf Koerner Júnior, mas não teve sucesso.

A denúncia da Procuradoria da República revela que Bertholdo implantou escutas telefônicas para interceptar conversas do juiz da 2.ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro. O objetivo seria obter informações privilegiadas a respeito de processos envolvendo clientes do advogado. Moro também foi ouvido ontem pelo juiz substituto Gueverson Rogério Farias, na Vara onde atuava.

O conteúdo dos testemunhos corre sob segredo de Justiça desde a última sexta-feira, mas fontes dão conta de que os depoimentos teriam corroborado para reforçar as acusações. O advogado Cláudio Dalledone Júnior, que representa Bertholdo, não comentou os depoimentos por causa do sigilo, mas criticou a instrução. ?Assim que a defesa começa a se posicionar e a veracidade toma forma, decretam sigilo?, disse. Comentou apenas que o caso está tomando o caminho para ter ?o mesmo enredo da Operação Big Brother?, que também envolveu advogados e escutas telefônicas no início do ano.

No próximo dia 15 de dezembro será a vez da Justiça ouvir as testemunhas de defesa.

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