O que devia ser uma simples impermeabilização da caixa d?água do Hospital de Clínicas (HC), da Universidade Federal do Paraná (UFPR), quase se transformou em uma tragédia na manhã de ontem, em Curitiba. Um funcionário da empresa Limpa Center Conservação e Limpeza e dois do próprio hospital desmaiaram dentro da caixa de 4,5 metros de altura, que fica no nono andar.
O trabalho começou a ser feito por um funcionário da empresa terceirizada, utilizando o produto Viabit, composto de asfalto modificado e solventes orgânicos, cedido pela Limpa Center. Como não usava equipamentos apropriados para um ambiente sem circulação de ar e com uso de produto tóxico, passou mal. Os servidores do HC tentaram tirá-lo. Mas eles também sentiram tonturas. Os bombeiros foram chamados e levaram duas horas para retirá-los. Como a entrada da caixa era muito estreita, foi preciso arrebentar uma das paredes.
Os três trabalhadores e os dez bombeiros que atuaram na operação estão bem, mas devem ficar por 12 horas em observação no próprio hospital.
A substância usada na impermeabilização é conhecida comercialmente como Viabit, uma espécie de tinta asfáltica à base de solvente. Alexandre Racz, diretor da empresa Viapol, que fabricou o produto, explica que o uso dela é comum na impermeabilização. No entanto precisa ser aplicado em ambiente arejado, caso contrário o uso de máscaras é obrigatório.
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público (Sinditest), que é contrário à terceirização de serviços no HC, divulgou nota em que afirma que fará um comunicado ao Ministério Público Federal. Segundo o Sinditest, três funcionários do hospital, dois da empresa terceirizada e um bombeiro teriam tido problemas. A informação não foi confirmada nem pelo hospital nem pelo Corpo de Bombeiros. A reportagem procurou representantes da Limpa Center, mas não obteve retorno.
