Trem preocupa moradores de Almirante Tamandaré

Moradores de Almirante Tamandaré reclamam da falta de informação sobre a transferencia da linha férrea que corta doze bairros da zona norte de Curitiba para outros municípios da Região Metropolitana. Eles temem danos ambientais, como secamento de fontes e corte de árvores. Ontem, em uma reunião na Câmara Municipal, a Comissão de Licitação das Obras do Contorno Ferroviário ouviu a preocupação da comunidade.

Como vantagem para a cidade a comissão havia apresentado a possibilidade de a linha férrea transportar o calcário da região, aliviando o fluxo de caminhões. Mas o vereador Osvaldo Stival rebate dizendo que acha difícil a ALL transportar o material, já que não seria lucrativo para a empresa. Para ele, o mais viável seria aplicar os recursos do governo federal, R$ 23 milhões, na duplicação da PR-092, que corta a cidade. Além disso afirmou que todos os vereadores estão contra a transferência da linha férrea para a cidade.

Dilma Maria Lenze reclama que os funcionários da empresa que fez a avaliação da região para a produção do projeto cortaram várias árvore na propriedade, uma delas havia sido plantada há 18 anos e protegia uma fonte. Agora Maria teme que a nascente desapareça com as obras da ferrovia. Fala ainda que outros moradores têm a mesma preocupação. Só no terreno do seu vizinho quatro fontes seriam prejudicadas.

O presidente da ONG Fada (Força de Ação e Defesa Ambiental) só conseguiu uma cópia do EIA-Rima ontem. Ele vai avaliar o relatório e depois pretende mobilizar a comunidade para mover uma ação e embargar a obra. Afirma que tem a seu favor a legislação que regulamenta as áreas de preservação ambiental. A linha férrea vai cortar a Área de Preservação Ambiental da represa do Passaúna e do Rio Verde.

Mas o presidente da comissão, Paulo Testuo Iamamoto, disse que nenhuma fonte será prejudicada já que a engenharia hoje em dia pode resolver esses problemas. Mas reconhece que algum impacto ambiental será provocado na região. Ele lembrou ainda que a linha férrea em Curitiba atinge 200 mil pessoas e que todos os anos ocorrem em média cinco mortes.

Licitação

O IAP está avaliando o EIA-Rima e vai convocar uma audiência pública para aprová-lo ou não. Se aprovado, começa o processo de licitação. Mas parece que o Ippuc já está contando com um parecer favorável à execução da obra. No dia 30 de agosto, publicou um edital prorrogando o prazo até o dia 3 de outubro, para que as empresas apresentem propostas para a construção do contorno ferroviário.

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