Há exatamente 30 anos, no dia 26 de abril de 1973, os governos do Brasil e do Paraguai assinavam, em Brasília, o Tratado de Itaipu, que previa a construção da usina no Rio Paraná e a criação de uma empresa binacional para administrar as obras e, futuramente, gerenciar a produção e comercialização de energia.
“Essa data é um marco para a história da engenharia no Brasil e Paraguai e uma antecipação do que é e ainda pode ser o Mercosul”, comenta o diretor-geral de Itaipu, Jorge Samek. A assinatura do tratado possibilitou a construção da maior hidrelétrica do mundo, com potência instalada de 12.600 MW (megawatts), com 18 unidades geradoras de 700 MW cada. Outras duas unidades estão sendo instaladas, que vão aumentar a capacidade para 14 mil MW. A usina é responsável pelo suprimento de 95% da energia elétrica consumida no Paraguai e 24% de toda a demanda do mercado brasileiro.
Passados 30 anos da assinatura do tratado, a Itaipu do século 21 se projeta como uma das principais alternativas para incrementar o turismo de Foz do Iguaçu e região, permitindo que o visitante permaneça na cidade por mais dias. Ao mesmo tempo, ingressa numa nova era, em que a responsabilidade social, principal preocupação do novo governo, é também uma das prioridades da empresa. Tanto o turismo quanto outras ações de Itaipu visam garantir e ampliar o número de empregos em Foz e região.
O que é o tratado
O Tratado de Itaipu é um instrumento legal para o aproveitamento hidráulico do Rio Paraná pelos dois países. O tratado estabelece o local e o modelo de construção considerados ideais pelos engenheiros da Comissão Mista Brasil-Paraguai e, em seus anexos, cria a entidade Itaipu Binacional para gerir as obras e, posteriormente, a produção e comercialização da energia, além de fixar as bases financeiras e de prestação dos serviços de eletricidade da Itaipu.
O Tratado de Itaipu é resultado de intensas negociações entre o Brasil e o Paraguai, que ganharam impulso na década de 60. Em 22 de junho de 1966, os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Juracy Magalhães, e do Paraguai, Sapena Pastor, assinaram a Ata do Iguaçu, uma declaração conjunta em que manifestava a disposição para estudar o aproveitamento dos recursos hidráulicos pertencentes em condomínio aos dois países, no trecho do Rio Paraná “desde e inclusive o Salto de Sete Quedas até a foz do Rio Iguaçu”.
Em fevereiro do ano seguinte, foi criada a Comissão Mista Brasil-Paraguai para a implementação da Ata do Iguaçu, na parte relativa ao estudo sobre o aproveitamento do Rio Paraná. Em 1970, o consórcio formado pelas empresas Ieco (dos Estados Unidos) e ELC (da Itália) venceu a concorrência internacional para a realização dos estudos de viabilidade e para a elaboração do projeto da obra.
E, finalmente, em 26 de abril de 1973, Brasil e Paraguai assinaram o Tratado de Itaipu, instrumento legal para o aproveitamento hidrelétrico do Rio Paraná pelos dois países. Em maio de 1974, foi criada a entidade Itaipu Binacional, para gerenciar a construção da usina. O início efetivo das obras ocorreu em janeiro do ano seguinte.