Foto: Chuniti Kawamura |
Fórum Transporte Curitiba: capital paranaense se diferencia das demais cidades. continua após a publicidade |
O transporte coletivo urbano está sendo debatido na segunda edição do Fórum Transporte Curitiba, que começou ontem e contou com a participação de palestrantes como o economista Delfim Netto.
O presidente do Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), Rodrigo Corleto, fez um balanço dos pontos positivos e dos principais problemas do setor. Segundo ele, uma pesquisa feita no mês passado pelo Instituto Paraná Pesquisas, que ouviu 3 mil pessoas, revelou que 90% da população precisa andar apenas quatro quadras de sua casa para usar alguma linha de transporte, 75,32% gasta menos de uma hora para chegar ao seu destino e 82% dos usuários aprovam o sistema de transporte da cidade.
No entanto, a pesquisa também apontou uma série de problemas. Corleto enumerou a falta de ônibus e a superlotação em horários de pico, o tempo de espera, a redução de veículos aos fins de semana e a falta de segurança. Aliado a isso, também vem a alta tarifa. Hoje, um terço da população brasileira não usa o transporte coletivo por não ter condições de pagar. E quanto menos gente, mais caro o sistema fica.
O presidente do Setransp citou, ainda, outros fatores que estão contribuindo para manter o preço elevado da passagem: gastos para recuperar ônibus depredados, alta carga tributária, tarifa gratuita para algumas categorias e renovação de frota.
O prefeito Beto Richa disse que o panorama de Curitiba se diferencia das demais cidades. Ele citou que a tarifa era uma das mais caras do País, mas agora ocupa o 24.º lugar. Além disso, o número de usuários vem crescendo nos últimos anos. ?O transporte coletivo curitibano é um sistema de excelência, uma referência nacional, mas não cruzamos os braços diante dos bons resultados. Fizemos do transporte um compromisso da gestão, por isso temos novos projetos como o Ligeirão?, afirmou o prefeito, se referindo a um projeto que começará nas próximas semanas. O Ligeirão circulará pelas canaletas, ultrapassará os biarticulados e irá parar apenas nos terminais, reduzindo o tempo de viagem quase à metade. O primeiro Ligeirão fará a linha Boqueirão.
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo também participou da abertura do encontro. Ele disse que o transporte coletivo também é preocupação do governo federal e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou a participação do Ministério das Cidades na busca de soluções.