Transporte público pára em Londrina

Motoristas e cobradores que trabalham no transporte público de Londrina amanheceram em greve, ontem, em decorrência de um impasse com as empresas operadoras do sistema. Com 100% de adesão à paralisação, os trabalhadores deixaram de manter, inclusive, o mínimo exigido pela lei, que é de 30% do serviço em funcionamento. Apesar do transtorno causado à população, o dia terminou sem uma solução para as reivindicações dos grevistas – que pedem reajuste salarial de 6,5%, exigem que se mantenha o anuênio estabelecido em contrato e pedem manutenção de cobradores em todas as linhas e horários de ônibus.

Em assembléia na noite de ontem, o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Londrina (Sinttrol) decidiu não obedecer ao pedido da Procuradoria do Trabalho de estabelecer a porcentagem exigida em situação de greve. O apelo foi feito em uma reunião, à tarde. Como os trabalhadores já haviam acenado com essa possibilidade, o procurador do Trabalho Djailson Martins Rocha, que intermediou a reunião, ajuizou ação junto ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em Curitiba, pedindo liminar que obrigue a categoria a obedecer à lei. A ação pede que os trabalhadores disponibilizem 50% da frota nos horários de pico (das 5h às 8h e das 17h às 20h) e, nos demais horários, 30%. A procuradoria aguarda uma decisão para hoje.

Reivindicações

Segundo o presidente do Sinttrol, João Batista da Silva, a categoria exige reajustes salariais de 6,5%, que incluem correção inflacionária e porcentagem referente à produtividade. Os trabalhadores querem também a permanência dos cobradores em todas as linhas do transporte – as empresas pretendiam suspender a presença destes funcionários durante as noites de segunda-feira a sábado e durante todo o domingo, nas linhas que circulam com menos de 20 passageiros pagantes. Segundo a categoria, a medida resultaria em demissões. Por último, pedem que seja mantido o anuênio pago atualmente, que as empresas pretendem substituir por um bônus referente à participação nos lucros e resultados.

Já os empresários afirmam que o reajuste não deve ultrapassar os 4% (o que já cobriria as perdas inflacionárias) e negam que haveria demissões, afirmando que há estabilidade de dois anos aos cobradores e, ao término desse período, podem mudar de cargo. O presidente do Sinttrol chegou a propor baixar o reajuste para 5%, mas o advogado do Metrolon, Carlos Roberto Ribas Santiago, não acatou o pedido.

A Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização de Londrina (CMTU) informou que tem contatado as empresas para exigir que mantenham o mínimo essencial dos serviços em funcionamento.

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