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| Ontem, foram iniciados os levantamentos topográficos |
As empresas que representam o transporte de cargas no Paraná ameaçam fechar a BR-116, que liga Curitiba a São Paulo, caso não haja eficiência na recuperação da ponte sobre a represa do Capivari, que caiu na última terça-feira. Amanhã, representantes da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar) e da Federação Nacional dos Caminhoneiros Autônomos, se reúnem para discutir a questão.
De acordo com o diretor executivo da Fetranspar, Sérgio Malucelli, a categoria quer que o governo federal utilize os recursos da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) para reconstruir a ponte na BR-116. "Essa obra precisa ser feita o mais rápido possível e não pode demorar esses seis meses que estão dizendo. É a rodovia mais importante do Mercosul e o governo precisa atentar para isso. É uma vergonha nacional", disse.
Malucelli afirmou ainda que já foram arrecadados com a Cide cerca de R$ 10 bilhões e, até agora, não houve investimento em infra-estrutura como o previsto. "Se o governo tivesse aplicado esse dinheiro na recuperação de rodovias, provavelmente esse acidente não teria acontecido", diz.
Obras
Ontem, o Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit) iniciou o preenchimento das fendas que se abriram no barranco que fica na cabeceira da ponte sobre a represa do Capivari. Está sendo colocada terra para sustentar provisoriamente o terreno, enquanto não começam as obras de contenção. Foram colocadas também lonas sobre a cabeceira para proteger o terreno de infiltrações da água da chuva.
De acordo com o engenheiro supervisor da unidade local de Colombo do Dnit, Ronaldo de Almeida Jares, a parte da ponte que caiu começou a se movimentar e ceder. Para evitar que ela escorregue ainda mais e comprometa o terreno do barranco, estão sendo colocados cabos de aço para ancorar os destroços.
"Iniciamos também o serviço de topografia, para levantar as condições do terreno. A obra de grampeamento do solo só deve começar na segunda (amanhã) porque o projeto de trabalho ainda não ficou pronto", disse. Se tudo correr como o previsto, o Dnit afirma que as obras de contenção do barranco devem começar amanhã, às 9h.
PRF inicia fiscalização de caminhões
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) iniciou ontem a fiscalização dos caminhões que trafegam pela BR-116. Com a determinação do Dnit, que restringiu para 45 toneladas o peso máximo dos veículos que podem trafegar pela ponte que está operando nos dois sentidos, a polícia está impedindo a passagem dos caminhões que ultrapassam esse peso.
De acordo com o chefe de operações da 1.ª Delegacia da PRF, Marcelo Cidade, cerca de 10% da frota de caminhões que passou ontem pela rodovia estava com excesso de peso. "Os motoristas de caminhões com duas ou três articulações podem passar pela ponte, desde que estejam vazios ou desatrelem um semi-reboque e depois retornem para pegar o restante da carga", explicou.
A verificação das cargas está sendo feita pela nota fiscal apresentada pelos motoristas. Como não há balanças na estrada para conferir a pesagem, os policiais estão tendo dificuldades em verificar o peso das carretas. É que muitos caminhoneiros andam com excesso de carga. Para despistar a polícia, eles andam com duas notas fiscais – uma delas informando um peso menor que o real transportado. (SR)
