Para 1.580 pessoas no Paraná que já perderam ou estão perdendo gradativamente a visão, passar por um transplante de córnea é a única esperança de voltar a ver o mundo.

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Por um período que geralmente varia de um a dois anos, elas aguardam em uma fila para passar pelo procedimento e dependem da solidariedade de pessoas estranhas, capazes de realizar um gesto de generosidade em um momento de dor e dificuldade.

“É importante que as pessoas manifestem aos familiares o desejo de serem doadoras. São eles que, em caso de falecimento, podem autorizar a retirada das córneas”, conta a captadora de córneas do banco de tecidos oculares do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), entidade que realiza a captação de córneas em Curitiba, Cristiane Vidal.

Um dos principais motivos que impedem os familiares de realizar a doação é a desinformação. Muita gente acredita que, com a retirada das córneas, a pessoa morta fica com a face deformada para o momento do velório. “Isto é uma inverdade. Em Curitiba, não realizamos a retirada de todo o globo ocular, mas apenas da córnea. Não dá nem para notar que elas foram extraídas.”

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Por ser um tecido vascular, a córnea pode ser retirada até oito horas após a morte e implantada em um receptor até 14 dias após a retirada. Também não é exigida compatibilidade entre doador e quem recebe.

Podem ser doadoras pessoas de 2 a 78 anos de idade, inclusive aquelas que sofram de problemas de visão. Só são descartadas as córneas de pacientes com hepatites B ou C, portadores do vírus HIV ou que tenham morrido de infecção generalizada, pois os problemas podem ser transmitidos aos receptores.

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Em todo o Brasil, cerca de 26 mil pessoas aguardam na fila por um transplante de córnea. Em 2007, 11.417 pacientes foram beneficiados e tiveram a visão recuperada.

Destes, 924 procedimentos foram realizados no Paraná. No Estado, para realizar doação, é preciso entrar em contato com a Central de Transplantes pelo telefone (41) 3233-0014. Informações: www.cbo.com.br.