Um novo sistema de fiscalização eletrônica no trânsito de Curitiba deve entrar em funcionamento em alguns dias. A partir desse momento, 110 equipamentos vão verificar a velocidade e a situação dos carros junto ao Detran. Itens como Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), licenciamento e se o carro é roubado serão informados imediatamente. A Urbs, empresa que controla o sistema, está aguardando somente a sinalização e aferição das máquinas pelo Instituto de Pesos e Medidas do Paraná (Ipem) para colocar o sistema em vigor.
Segundo Carlos Alexandre Negrini Bettes, diretor de trânsito da Urbs, os equipamentos de gerenciamento de tráfego foram implantados para a fiscalização da velocidade, identificação dos veículos (que indicará irregularidades) e fornecimento de estatísticas sobre o movimento de veículos em Curitiba, o que vai proporcionar a realização de um planejamento de trânsito. “Esse trabalho de estatística é permanente, mas a cidade muda. Há um aumento anual da frota de 5% e precisamos de um monitoramento disso”, explica.
Alguns equipamentos desse tipo, só que na versão móvel, eram usados pelo Detran em conjunto com a Polícia Militar em blitze nas ruas. “Por algum motivo, eles não usam mais. Apesar da segurança pública ser responsabilidade do governo do Estado, a Prefeitura não vai abrir mão dessa fiscalização”, aponta Bettes. “Antes, os policiais tinham que adivinhar o local para as fiscalizações. Hoje poderão ser detectados os pontos mais problemáticos e a blitz será realizada nesse local”, esclarece.
As negociações para um convênio operacional e com disponibilidade de informações correm desde janeiro deste ano. Houve acordo no mês passado e, neste momento, os documentos estão passando pela procuradoria municipal e depois vão à esfera estadual para aprovação. Somente após esse processo será permitido que o acordo seja assinado. “Temos convênio para a troca de informações, mas a parte operacional ainda não está acertada (para exigir os pagamentos do IPVA e licenciamento e a recuperação de carros roubados). Após as assinaturas, será feito esse acerto. A sintonia fina entre todas as partes ainda depende de algumas conversas”, afirma Bettes. Nos casos de carros roubados, uma das possibilidades é a presença de um policial militar, que acionaria a corporação, no centro de operações da Urbs.
Os 110 aparelhos são locados de uma empresa e estão localizados em diferentes áreas da cidade. Todas as entradas e saídas de Curitiba serão monitoradas, além dos pontos já existentes e outros novos locais. “Por causa exclusivamente da identificação de veículos, colocamos os equipamentos em todas os acessos à cidade. Mas o critério principal para a instalação de uma máquina é a existência ou a possibilidade de ocorrerem acidentes”, comenta Bettes. Ele dá o exemplo da via rápida de acesso ao bairro Ecoville. Com a construção de um shopping na área, o trânsito e o volume de pedestres aumentaram, o que resultou em dois atropelamentos – um deles fatal – em curto espaço de tempo. “Há um risco muito grande de acidentes no que chamamos de pólos atrativos de trânsito: os supermercados, shoppings, escolas, entre outros. O Ecoville era um lugar praticamente deserto e a construção desse empreendimento mudou a perspectiva da região”, conta.
Bettes afirma que, mesmo com a resolução do Conselho Nacional de Trânsito tirando a obrigatoriedade da sinalização para a fiscalização eletrônica, as placas indicando a presença dos equipamentos estão sendo colocadas. Elas informarão apenas o limite de velocidade permitido, como as existentes atualmente, de acordo com o diretor de trânsito da Urbs.