A tradição da malhação de Judas não é mais a mesma. Ontem, a equipe de O Estado percorreu as ruas de Curitiba perto do meio-dia e encontrou poucos bonecos sendo malhados. E praticamente nada de políticos, técnicos de futebol ou outras personalidades encarnadas no boneco.

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Uma das exceções foi a família Schandler, no bairro Vista Alegre, que continua com o costume que vem do tempo dos avós. “Nesta mesma rua em que moramos meus avós já faziam a malhação de Judas. Sempre fazíamos mais de cinco bonecos, dávamos nome a eles e ao meio-dia começávamos a brincadeira, sem agressividade”, lembra Marcos Luiz Otto.

Este ano não foi diferente. “Preparamos a roupa na sexta-feira à noite e a brincadeira envolveu 15 pessoas da família. Hoje são poucos na cidade que continuam com a tradição. Alguns dizem que estimula as crianças a serem agressivas, mas nós não encaramos dessa forma”, afirma Otto.

Páscoa polonesa

Ciciro Back
Danuta, da comunidade polonesa: alimentos recebem bênção.
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Outra tradição que faz parte do calendário do feriado de Páscoa de Curitiba é a bênção dos alimentos na Páscoa polonesa, que aconteceu ontem no Bosque João Paulo II e que marca a abertura do calendário anual de eventos da comunidade polonesa.

“Na Polônia, um padre visita as famílias nas casas no Sábado de Aleluia, véspera da Páscoa, para benzer os alimentos. Aqui, há 28 anos, reunimos as famílias no bosque onde, a cada ano, de 1,5 mil a 2 mil cestas de alimentos recebem a bênção”, conta Danuta Lisicki de Abreu, representante da Missão Católica Polonesa no Brasil e da Braspol, entidades promotoras do evento.

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Após o almoço típico, apresentações de grupos folclóricos completaram a programação da tarde, junto com a venda de produtos de Páscoa típicos da comunidade polonesa, como as tradicionais pêssankas (arte feita sobre ovos), pierogui, carnes defumadas e tortas de papoula. Uma exposição de pêssankas com técnicas de diferentes épocas e regiões da Polônia permanece aberta até o início de julho.

O tema escolhido para este ano foi “Solidariedade sem fronteiras”, com a participação do Laboratório de Imunogenética e Histocompatibilidade (Ligh) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que fez o cadastro de doadores voluntários de medula óssea.