Foto: Chuniti Kawamura/O Estado

Nas antigas ruas, profissionais encararam o desafio de vencer a prova. A baixo, um momento de descuido no percurso.

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Cerca de 250 garçons participaram ontem, no bairro Santa Felicidade, em Curitiba, da tradicional Corrida dos Garçons. O evento, que acontece desde a década de 70, ganhou na edição deste ano um desafio a mais do que equilibrar as garrafas na bandeja. Eles também tiveram que servir um cliente durante o trajeto da corrida.  

?Essa dificuldade foi para, justamente, testar a habilidade dos participantes?, revelou o organizador da prova, Mauro Ignácio. Segundo ele, todos os anos 500 profissionais se inscrevem na competição, mas apenas a metade acaba concorrendo. ?O restante vem apenas para a confraternização?, disse. Depois das provas, a categoria se reúne para festejar o Dia do Garçom, comemorado em 11 de agosto.

Há dois anos, a garrafa de cerveja que era levada nas bandejas foi substituída por duas de refrigerante. Ganha a prova quem conseguir chegar antes, equilibrando a bandeja em uma das mãos e servindo o cliente sem derrubar a garrafa. O diretor da Secretaria Municipal do Esporte e Lazer, Hélio Curi, foi um seis convidados que fizeram o papel de clientes durante a corrida. Mesmo com alguns ?banhos? de refrigerante proporcionados pelos competidores, ele disse que o importante é incentivar. ?Essa é uma competição tradicional e vale até banho para manter a tradição?, comentou.

A Corrida dos Garçons começou a ser realizada na década de 70, no centro de Curitiba, e há oito anos a prova foi transferida para o bairro Santa Felicidade, considerado o local que concentra o maior número de garçons por metro quadrado. Segundo o presidente do Sindicato dos Empregados do Comércio de Hotéis e Similares, Luís Alberto dos Santos, dos cerca de 5 mil garçons da capital e Região Metropolitana, cerca de mil trabalham em Santa Felicidade.

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Além da festa, os competidores concorrem a prêmios que variam de R$ 750 a R$ 250, distribuídos em quatro categorias: masculino até 30 anos, de 31 a 45 anos, acima de 46 anos, e feminino (qualquer idade). Muitos candidatos fazem até aquecimento antes da prova. Jaime José Lopes diz que é preciso se preparar, pois na hora da corrida, além do equilíbrio, é necessário manter o fôlego. Com 35 anos de profissão, Jaime corre na categoria dos veteranos, e afirma que ?os mais velhos correm pra caramba?.

O mais experiente competidor deste ano foi o garçom aposentado Waldemar Dias de Souza, de 72 anos. Ele conta que participa da corrida desde a primeira edição, e acumula dois segundos lugares e um terceiro lugar. Mas independente dos resultados nas provas, Waldemar se orgulha de que nos 30 anos de profissão nunca derrubou uma bandeja.

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?Lembro uma vez que fui servir um cafezinho para Jarbas Passarinho (ex-senador e ex-ministro) e me desequilibrei, fiquei de joelhos, mas não derrubei a bandeja?, contou. Entre as mulheres, uma das mais antigas competidoras é Terezinha Ribeiro Masson, que já chegou ao pódio sete vezes durante os 23 anos de profissão. A expectativa dela era acumular a oitava vitória neste ano.