Trabalho de crianças em lixões ainda é comum

Hoje é o Dia Mundial contra o Trabalho Infantil. Segundo dados do IBGE (Instituto Nacional de Geografia e Estatística) e Organização Internacional do Trabalho (OIT) o problema atinge 245 milhões de crianças menores de 18 anos em todo o mundo e no Paraná a estimativa é de 348 mil. Em Curitiba e grande parte do Estado as crianças trabalham catando lixo nas ruas ou em lixões.

Segundo a procuradora- geral do Trabalho e integrante do Fórum Estadual do Lixo e Cidadania, Margaret Mattos de Carvalho, o problema está relacionado à falta de creches. Grande parte dos pais acaba levando os filhos junto porque não tem com quem deixá-los. Ela diz que não há um levantamento oficial em Curitiba sobre o assunto e isso reflete também a falta de políticas públicas na área. “Para se implantar programas sociais é preciso saber a demanda”, diz. Os dados que ela dispõe são de 1999 e foram levantados pelo fórum. Eram 400 crianças entre 5 a 14 anos de idade na atividade.

A procuradora informa que há algumas semanas uma criança de 5 anos morreu atropelada quando ajudava a família no trabalho. A mãe ainda está internada. Outro problema é a exposição ao sol forte, à chuva, frio e calor que pode causar uma série de doenças. Sem contar que estão vulneráveis ao assédio sexual. “Para resolver isso é necessário programas sociais que são garantidos pela Constituição Federal e o Estatuto da Crianças e do Adolescente (ECA)”, diz.

Para amenizar a situação, o Fórum tem atuado junto aos catadores, incentivando a criação de associações e os orientando sobre seus direitos. Hoje, na capital, haverá concentração às 9h na Praça Santos Andrade.

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