Aproximadamente 1.300 trabalhadores rurais do Paraná fazem uma mobilização em duas frentes nesta terça-feira (22), em Curitiba. O protesto, batizado de Grito da Terra Paraná, é organizado pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep). Os manifestantes fizeram uma passeata, que saiu pela manhã da Praça Santos Andrade e foi até o Palácio Iguaçu, no Centro Cívico, além de uma ocupação no prédio do Ibama.
Cerca de 200 manifestantes invadiram a sede do Ibama, no bairro Alto da Glória, perto das 11h com a intenção de discutir a pauta de reivindicações com a superintendência do órgão. Os pedidos incluem a mudança em alguns pontos do Código Florestal Brasileiro, como a ampliação da área de preservação ambiental e a criação de um fundo de preservação com o objetivo de compensar financeiramente as unidades de economia familiar que preservem Área de Preservação Permanentes e Reservas Legais.
Segundo o presidente da Fetaep, Ademir Mueller, o grupo só irá desocupar o prédio depois de receberem uma resposta do Ibama. “Temos várias reinvidicações de trabalhadores rurais de todo o Estado que vieram especialmente para o protesto. Chegamos de surpresa e só vamos deixar o prédio depois de sermos atendidos”, diz Mueller.
Outro grupo de manifestantes que está reunido em frente ao Palácio Iguaçu será recebido pelo governador do Paraná, Roberto Requião às 14h. A pauta de reivindicações a ser negociada com o governo contém cerca de cinquenta itens que permeiam todas as políticas atendidas pela Fetaep.
Os principais pontos a serem explorados com o governo são a criação de um grupo para fiscalizar o trabalho informal no campo, criar alternativas para melhorias do trabalho no corte de cana, regularização fundiária, ampliação do fundo de aval de 10 milhões para 20 milhões e a construção de 62 mil moradias no campo no Estado nos próximos três anos.
Além da audiência com o governador e com o Ibama, também estão marcadas audiências o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Superintendência Regional do Trabalho, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.