Assim como outros trabalhadores de 37 sindicatos brasileiros da categoria, os funcionários dos Correios do Paraná decidiram manter o estado de greve até o próximo dia 14, data marcada para acontecer uma nova paralisação nacional. Desta forma, todas as agências e serviços dos Correios estão funcionando normalmente. Segundo a empresa, também já há um plano de contingência para garantir a continuidade do atendimento à população caso haja novas paralisações antes ou depois dessa data.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Paraná (Sintcom-PR), em audiência realizada nesta terça-feira (7), os funcionários decidiram aceitar a proposta de mediação do Tribunal Superior do Trabalho, no qual o vice-presidente do Tribunal, ministro Renato de Lacerda Paiva, a pedido da diretoria da ECT, propôs reajuste salarial de 3,68% que corresponde ao total do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e a manutenção na íntegra do atual Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) da categoria.
No entanto, o secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios, Marcos Rogério Inocêncio (China), ressalta que os trabalhadores dos Correios necessitam de aumento real, principalmente, após a imposição de cobrança de mensalidade e aumento da coparticipação no plano de saúde, imposta pelo TST em março. Essa cobrança tanto para funcionários como para dependentes, tem comprometido 70% da renda dos trabalhadores. Muitos – já são mais de 14 mil funcionários – estão abandonando o plano para depender exclusivamente do SUS.
“Consideramos lamentável que uma empresa como os Correios continue a ameaçar os trabalhadores com retirada de direitos e reajuste salarial rebaixado para nos fazer acreditar que qualquer migalha ofertada já é uma conquista. A estratégia dos políticos que dirigem a ECT foi ameaçar os trabalhadores com ataques que retiravam direitos históricos da categoria, como diminuição no número de vale alimentação, aumento de jornada de trabalho sem pagar hora extra, extinção do vale cultura e vale cesta natalina, entre outros benefícios, para depois ofertar a manutenção de direitos e reposição das perdas inflacionárias, levando os trabalhadores a acreditar que mantendo tudo como está já é uma vitória. Isso é um engodo”, afirma.
Negociações continuam
Os trabalhadores continuam a negociar com a empresa para conseguir aumento real e o atendimento à pauta de reivindicações que coloca como discussão central a cobrança abusiva na mensalidade e coparticipação do plano de saúde, o sucateamento da empresa, fechamento de agência, extinção de cargos, terceirização da mão de obra e falta de concurso público.
“Nossa campanha é, sobretudo, pela recuperação dos Correios como empresa pública e contra a privatização, para podermos continuar a ofertar cidadania e dignidade a todos os municípios do Brasil, seja pelos serviços postais, bancários, seja pelo pagamento de benefícios sociais, entrega de remédios, vacinas, livros didáticos, enfim, queremos continuar a prestar um serviço social onde nenhuma outra empresa ou banco tem interesse em atuar”, destacou China.
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