Dezenas de sindicatos de trabalhadores paranaenses darão início nesta sexta-feira, dia 9, a partir das 9 horas, em Curitiba, à fundação da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB). O esforço inaugural é coordenado pelo Movimento pró-Central Classista e Democrática, que surgiu a partir da saída de centenas de organizações da Central Única dos Trabalhadores (CUT), de federações urbanas e rurais e sindicatos independentes. Lideranças nacionais do movimento devem prestigiar a plenária estadual, que acontecerá no auditório da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná (FETAEP).
O evento está sendo organizado pela FETAEP (Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Paraná), que reúne cerca de 250 sindicatos rurais na base; pela FETIEP (Federação dos Trabalhadores na Indústria do Estado do Paraná), que representa cerca 280 mil trabalhadores nas indústrias paranaenses e tem 32 sindicatos filiados; e, pelo SINTRAFUCARB (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Fumo, Bebidas e Chocolates), que reúne outros 7 mil trabalhadores.
Para se ter a dimensão e o impacto da fundação da CTB no mundo do trabalho brasileiro, o movimento deverá consolidar-se até o início de dezembro com cerca de 1 mil sindicatos na base. Nessa ocasião, em Belo Horizonte, os trabalhadores devem criar oficialmente a Central. Pelos cálculos dos dirigentes paranaenses, poderá vir a ser a segunda maior central do país.
A representatividade na CTB no Paraná deverá ser grande e dependerá também do poder de fogo das entidades gerais, que estão encarregadas de fazer as filiações dos sindicatos e federações. A Central terá forte presença dos trabalhadores rurais e industriais, além dos prestadores de serviços e profissionais liberais. Significará na prática a unidade dos trabalhadores do campo e da cidade, antigo sonho dos classistas.
Nesta sexta-feira, durante a plenária estadual, será discutido o tipo de Brasil que os sindicalistas desejam, sob uma ótica classista. ?Vamos discutir uma nova concepção de central. Estamos defendendo a unidade dos trabalhadores em um novo patamar, mais elevado. Não se trata de disputar com outras centrais?, explica Zenir Teixeira, um dos coordenadores do movimento.
?Justamente por não disputarmos com outras centrais defendemos também uma nova Conferência da Classe Trabalhadora (Conclat), que unifique as centrais sindicais em torno de um projeto unitário de país soberano e democrático?, destaca o líder sindical. Ele afirma ainda que apesar da existência de várias centrais, ?os classistas defendem a unicidade sindical na base?.
A Central dos Trabalhadores do Brasil, ainda segundo os sindicalistas paranaenses, seguindo diretrizes nacionais, será democrática, classista e independente dos patrões, de governos, dos partidos. ?Defenderá um projeto unitário que vise o desenvolvimento com soberania e valorização do trabalho. Uma central de luta, sem hegemonismo desta ou daquela corrente política. Uma central que vislumbre o socialismo como perspectiva da classe trabalhadora e que coloque as mulheres no mesmo patamar que os homens?, afirmam os dirigentes sindicais.