Funcionários públicos da saúde pararam ontem para exigir uma série de reivindicações ao governo. Segundo o Sindicato dos Servidores Estaduais da Saúde do Paraná (SindSaúde), o ato ocorreu em hospitais de nove cidades. Em Curitiba, cem pessoas participaram da manifestação em frente ao Centro Hospitalar de Reabilitação, no Cabral.
De acordo com o SindSaúde, a categoria pede reajuste salarial de 24%, rechaçando os 6,4% concedidos para todo o funcionalismo e implantação de plano de cargos próprio. Além disso, exigem melhorias no transporte e uso de declarações médicas. Em reunião com os secretários da Saúde, Michele Caputo Neto, e da Administração e Previdência, Dinorah Notto Portugal Nogara, houve avanço apenas em dois pontos da pauta. O governo encaminhou à Assembleia Legislativa projeto de lei que transforma o vale-transporte em auxílio-transporte e assinou ofício circular aceitando a declaração de comparecimento como justificativa de ausência do servidor ao trabalho em razão de consultas médicas, odontológicas e serviços de diagnóstico.
“Avançamos, mas com algumas restrições. Na questão do ônibus vamos passar a receber em dinheiro e não mais no cartão transporte, mas o valor ficou ainda a desejar. Queremos R$ 180 e o governo insiste em R$ 124. No caso das declarações, o ofício circular no futuro pode ser derrubado por outro governo. Lutamos por decreto que regularize”, avaliou Elaine Rodella, secretária-geral do SindSaúde. “Estamos negociando essa pauta desde o início do governo Beto Richa, mas até agora os avanços são poucos. Mas não vamos parar e continuaremos a nos manifestar em prol da categoria”, enfatizou.
Receita
Já a definição do quadro próprio está em estudo de viabilidade para implantação. “Qualquer mudança que implique novos custos ao erário público esbarra na Lei de Responsabilidade Fiscal e depende do crescimento da receita do Estado. A redução da jornada para 30 horas semanais é um desses pontos”, destaca Dinorah.
Serviços interrompidos
De acordo com o SindSaúde, seis hospitais tiveram o serviço interrompido durante 12 horas. Na região metropolitana, o Hospital Regional da Lapa e o Hospital Infantil de Campo Largo permaneceram fechados ontem. Em Ponta Grossa, o Hospital Regional, e em Londrina, os hospitais Figueiredo e Eulalino Inácio de Andrade também tiveram alterações nos serviços prestados. A Sesa informou que as paralisações não atingiram o atendimento nos hospitais e que apenas em Londrina as cirurgias eletivas foram remarcadas. Nos demais locais, a secretaria relatou que não houve nenhum tipo de prejuízo em relação ao atendimento.